segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Um Devaneio.



A civilização robotizada,
cabeças de estrume acompanhados de coca-cola.
Sendo levadas pelas ondas desse eterno mar de aço e cimento
Guerras, dores, repressões, ilusões,
toda uma história de hipocrisia.
Sendo enjaulado por uma gente doente,
sem coração, com sorrisos de cera.
derretem meu amor!

Ó luz, que tá aqui e ta lá.
Tira as dúvidas desse menino
Que tem uma canção, uma glória.
E um eterno cantar...

Eu não deixe que minha luz de amor,
se apague quando a tempestade piá..

Permita que eu veja, alem das cores e da sensação.
Sendo a visão total, de sua louca imaginação
Te recuso e te nego, e quando acordo você está aqui.
Olho pros pratos, pras moças, Nada existe sem mim.

E do verbo quadrado-tridimensional-retilíneo.
Eu tiro as verdades, Em um simples pensar.
E o nada e tudo, não chegam ao meu lugar.
Vai, vai me procurando, e atrás de ti vou estar.

Capta a minha voz, te libertando desse sono.
Se sou tu, logo, sou o nós, o aperto no peito.
É o sangue da Terra, O fogo da morte, em cinzas ti dilacera.
E o fogo da vida, pra eternamente recomeçar, goze no agora, e o eterno virá.

Viva o Rei Sol, que te dá cores, e vida.


E o rique maluco, que está por aí.
Vende respostas, vende queijos. vende mentiras sem emoção.
Enquanto não acham minhas verdades.
Vou parar em uma montanha e cantar pro meu coração.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Mãe e filho?



Eu sou a luz, em meus olhos o segredo
permitam que eu veja
além das cores dos seres
e das teias dos sonhos

ó mãe, em meu coração está a tocha da vida
sou o mesmo que ti
Não mais existe morte ou vida para mim
Nossos sentimentos se misturam na simetria da vida.

Faço de meu coração, minha espada
Guerreiro de ti, e de mim
somos uno, a força que eu precisar pegarei de ti
Sendo o centro do Universo pelo teu amor.

Com os olhos ao ar, sobre as montanhas e o sol
enxergo a vida se quebrar, sendo a presença total
Dono desse mundo, dentro de corpo está a porta para fora.
No jardim das alegrias, não se conta por instantes

Pra mim não existe passado, futuro, ou por-do-sol
meus demônios dormem quando enxergam minha luz
Na escuridão eu encontro o dia
na tua natureza mãe, eu encontro o éter, a paz, a eterna liberdade/harmonia.

Sou a sincronicidade do Universo, em mim concentra toda a vida
Sou a poesia, sou o amor da criação
Individual.Eterno.Eu
De minha vontade o mundo se transforma.

Os escolhidos, que escolheram
serão purificados com a energia eterna de teus seios
toda sua fauna ligada a mim,
em minhas veias corre o sangue da natureza, do fogo que há em meu ser.

O meu sonho, um encanto, que parou pelos cantos
o meu pulsar, é teu pulsar
Meus olhos são a vida
e a vida, meus sentimentos...





terça-feira, 30 de agosto de 2011

Fim do dia.


Lá fora o céu azul
sem nuvens para o cobrir o sol do dia
meu coração arde em chamas
destruindo mais um amor...

A tarde com tempo parado
a mente na busca de uma poesia
o amor busca uma direção
vou caminhando, vou desencantando...

Por que, pra que, e o mundo vai trabalhando
suas perguntas, as suas vidas, as suas dores...
E a brisa na janela, quem me dera, por um segundo, ficar com ela,
nessa dor que não aguento mais, deixo, esqueço dela.

Nesse meu olhar de moço, com as lágrimas de meu sangue
a última lágrima do poeta, e do menino.
Essa dor que sei que não vai embora
na madrugada eu não sei se ela me consola...

o meu sentimento escolhido, hoje pra ela é bandido
e o veneno do amor, misturado com a dor
vai passando nas veias, me ama e me odeia
mas não quer ficar aqui junto de mim.


E talvez meu engano, no meu ato de amor
o mais sincero/belo sentimento, daqueles que expresso no ventos
e não ligando pra nada, só para A moça amada
fui me dando pra ela, mas ela, eu não podia ter...

No Egoísmo dela, que talvez seja capricho
vou chorando, vou pensando, não vou mais tentar
já te dei meu ser, minha vida, meu sentimento
mas eu estou triste, sozinho aqui
por seu sentimento...


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Árvore



A árvore da vida, com vermelho de sangue caiu sobre mim
nele sangrava a vida de toda gente, de todo o mundo
As gargalhadas, os amores, a busca pelo nada, a dor
Tudo que houve está em mim.

As estrelas bailam no ar, na dança dos Cosmos
O Sol, meu pai e filho me acorda com seus raios de vida
O luar na noite fria, me dá a luz pra continuar
nas sendas sombrias da vida, que não me dizem o que fazer.

A loucura me devora, loucura que és fruto de mim mesmo
Tudo é tão forte e tão inerte quando o que importa é ser
na rebeliões singelas, combatendo a fogo o meu único inimigo
que se chama Eu.

A lama da terra se joga no romance elemental com meus pés
no sexo das Eras, o ar viril que entra em meu ser
E a junção transcende o corpo, não mais existe terra
não há mais diferenças, caminhos, ou separação.

Só existe o Eu Sou.

Eu sou a Individualidade do Universo, o cosmos, o nada
Sou o Fogo que queima a vida dos loucos que seguem meu caminho
Na aventura da vida, que gozam da dor e do amor
Nas dúvidas caudalosas não mais morra afogado, Guerreiro que tu és...

Eu sou a fome que corrói a barriga, o desespero do corpo que pede a vida. Sou o fracasso do que não tenta, e o consolo do que acha que pode ser consolado. Sou a maré que cobre a terra cinza e o Sol que inibe a vista.Tudo que existe deseja por mim, sou toda natureza, sou a vida, sou além dela.

Ó Guerreiro, Poeta do Caos que és
Sozinho és esquálido e sem vida, igualmente sou nada sem ti
Mas juntos somos a simetria perfeita do Universo
Teu corpo e tua mente são instrumentos do Eu que és tu, que somos nós. O Universo.

Não existe mais barreiras entre nós, Sou a Mãe, o Pai e Filho
SOU você.
Se eu cair, se nós cairmos, levantaremos juntos
Com a espada da luz, que gargalha de tudo que não habita em mim.

A tua vontade, é teu destino, é tua espada.
Crie, goze, destrua teu corpo, ou maneje da forma que desejar
A única coisa que existe és Tu, nada pode mudar o que tu és
Somos a Eternidade.




sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Canção realista

Vou andando pelas ruas desse mundo
com um olhar vagabundo
to olhando essa gente,
que se mata pra sobreviver...

Vou deixando minha mata,
com as flores douradas
no meu sonho de outono
e esqueço do que é viver...

não me obrigue cores, beleza, nem promessas de amores
nessa praia sem sol
teu asfalto e cimento
esmaga minha poesia, com meu sentimento.

O teu verde mentira, vindo de eras sombrias
liquidando as moradas, da minha terra sagrada
tua estúpida violência, expressado nas vidas
de quem quer cantar...

o meu canto é mudo,
no entanto profundo
venho trazendo as palavras,
e a vida de toda minha terra...

pegue sua liberdade comprada
na tela de cores sem vida
o carro me esmaga na avenida
e sem braços tento escrever...

No sexo sem gozo, no calor da espinha
em Agosto do ano,
deve ser um engano
essa realidade que tento não ver.

Não me importo com nada, sou sem pátria e sem rumo
mas tenho um sentimento, que é expresso nos ventos
mostro a verdade sofrida, cai minha lágrima de sangue
na esperança de alguém me entender...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Não!



Não me obrigue a colocar minha cabeça em sua gilhotina
engolir sua fumaça, comer das vísceras sujas da cidade
entorpecer minha vida de mentiras
e me obrigar a rir com um corpo sem cabeça...

Não me assuste na manhã tardia
com seu relógio, me despertando para seu mundo
Eu não preciso de seus veículos, eu não preciso de seu emprego
Eu só preciso de mim mesmo.

Sua violência não me oprime, teus escravos não me despertam compaixão!
Seu deus e sua ciência exata me tira gargalhadas
Veja o mundo que vocês fizeram, veja o que fizeram a si próprios
por nada, pra nada...

Teu amor vai cair, tuas estruturas arquitetadas de cimentos vão cair, teus filhos vão sumir, tua guerra e sua paz vão cair. Seus preconceitos e morais que arruinava toda a humanidade irá desmoronar. Eu vou surgir, no meio da fumaça e destroços, mostrar a todos o verbo ser.

Gozem do vinho, do sangue de meus ancestrais mortos por sua hipocrisia, fujam e observem de seu cume artificial, toda minha força de dez mil anos guardada pra ti. Destrua minha mãe o máximo que poderem, seus prazeres são efêmeros, como seus pensamentos...

domingo, 24 de julho de 2011

A Deusa.



Ó, maravilhosa Deusa Do Sol
Quero me afogar em teus beijos de luz
Provar de teu brilho doce, e gozar na sua escuridão esquecida
Que cobre meu amor, feito pra ti.

Quero me enroscar nos teus sagrados cabelos
Na penetração, na junção total de nossos corpos
Bebendo de sua saliva, provando o teu gosto de vida
E suas garras ferinas rasgam minha pele, nos embriagando de nosso amor.

Crava em meu coração ardente, teu punhal celeste
Me mostrando toda dor, por teu hediondo prazer
Gargalhe de meu sofrimento eterno, ó impiedosa Deusa
E me aninhe em seus seios, ó mãe de todas mulheres.

Me levante na noite, na eterna escuridão
Pra me mostrar teu olhar de luar
Me hipnotizando pelo seu étereo fervor
Eliminando meus pavores absurdos, sugando em teus seios, sua perversa natureza.

Caminhe em meu coração, cure as feridas negras de sua casa
Aceite o amor de teu guerreiro do caos
Alimente mãe, esse teu fiél menino
O que expande a beleza dos cosmos, pelo teu gozo.

Solto de minha mão, minha espada de trovões e de fogo
Para acariciar tua inefável beleza
O teu cheiro orgástico, infiltra no meu nariz
E largo a guerra, para viver de teu amor.

Perdoe meus antigos medos, meus sentimentos não expressados
Escravo da dúvida que fui, Hoje sou teu Sol, teu Astro Rei
Junte ao meu Sagrado Masculino, ó minha Estrela, ó minha Deusa do fogo...
Tu és minha Eterna Felicidade, És a luz da esperança.

Junte teu frio ao meu calor, no casamento das éras
Sinta meu sabor, do lascívo ao etéreo
Seja uno novamente comigo para criarmos o novo
como te respeito, como te venero, como te espero.

Revele seu mistério grande Deusa, para o mais corajoso dos Guerreiros!
Eu sou!
Eterna amada dos homens, enlace teu mais corajoso pássaro
Goze comigo toda dor e amor do mundo, pois eu te amo mais que tudo...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Amor é odio?



Pelas ruas de dúvidas que já passei
nas vielas escuras, meu sangue derramei
No homem sério a estupidez
que sem ato algum, expressa toda a violência.

Meu olho brilha em te sentir
do etéreo amor, do teu orgasmo com meu sabor
O teu corpo arquitetado pelas estrelas
brilha como o calor do sol em me ter.

O capitalismo sombrio, de remendos e costuras
Na agulha violenta que entorpece a veia
transformando o tudo que é a mente
em um pedaço de carne, em decomposição.

Os mundos astrais, sobre a realidade bruta
O magnésio expressado por nossa junção celeste
Toda a energia do mundo, condensada em dois corpos mudos
que anseiam em se juntar em todos os mundos...

O mecanismo da dor,
transformando a beleza em um palhaço trabalhador
na ignição que queima os olhos latentes
que por um mero segundo,
tenta enxergar além da hipocrisia quotidiana.

A Deusa dos mundos materializada em uma mulher
O mais divino ser, que joga xadrez,
rir das minhas piadas e, tem ciúme dos mortais
Com beijo de energia, que eu espero, que eu sinto,
que expressa toda alegria...

sábado, 16 de julho de 2011

O executivo e o menino.



Ele vai, ele tem, ele precisa trabalhar
com seu terno impecável, e seu sorriso de cristal
vai ao super mercado aos domingos, por diversão
Cerveja, carne de porco e nenhuma emoção.

Com sua mulher, que mais parece amiga
divide a cama, e as despesas mensais
E o amor...
Esse é para os amigos do bar e pra seu futebol.

Sua fúria interminável,
é constantemente expressada nas horas de trânsito
Pra quando chegar no emprego, não se irritar com o patrão que lhe reduz a nada, sendo nada ele pode ver televisão e desfrutar de uma casa comprada a prestação.

Móveis das lojas pioneiras, estofados, compras pra sua mulher
Amava o cartão de crédito, achava uma das maiores invenções
Só perdia para o abridor de cerveja,
Andava sempre perfumado, pra eliminar o seu cheiro de natureza.

Ele nunca foi a uma floresta, adora fumaça, adora prédios
Pensou em ser arquiteto quando moço
queria fazer parte das construções sociais
Preferiu ser executivo, adora a gravata que lhe aperta o pescoço.

Conheceu um ruivo louco, que lhe falou uma vez
Que o que vivia era uma ilusão, que ele podia ser quem quiser
Ele não gostou do que ele falou, não conseguiu dormir a noite
Sentia que tinha alguma verdade nas palavras roucas do menino.

Em seu deus pediu forças, pra aguentar essa dor disfarçada de dúvida.
Mas ele não respondeu...
Se sentia velho, pra alguma mudança fazer e lembrou que o louco falou uma frase "nunca é tarde, mas sim, sempre cedo"

Esse garoto não era nada, não tinha fama, nem dinheiro.
Mas dele foi expressada as palavras mais sinceras que já ouvira
E seu ouvido acostumado a mentira quotidiana, ficou feliz
seus olhos derramavam lágrimas, que limpavam sua cara cinza.

Se olhou no espelho,
e suas lágrimas sinceras fizeram desabar sua máscara que ele sequer sabia que tinha, seu rosto era repleto de cores, rosa, verde, amarelo...
Desejou de coração encontrar aquele menino...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Todo o Universo.




Nas minhas veias quentes borbulham, ferve todo o sangue
Levando ao cérebro toda A História
mágoas, felicidades, derrotas, vitórias
passam como um feixe, por segundos e, eternamente.
Não! o tempo não está aqui.

E no mar desconhecido, da água viva que,
escorre nas sendas desconhecidas de meu corpo
Sinto a pureza das águas e, de todos seres
que me possuem, que me aninham, que me aniquilam...

Dos que ainda não são,
minha voz ecoará eternamente não em seus já poluídos tímpanos
Mas na única coisa que nunca deixa de ser.
No seu vértice encontrará minha voz, teu caminho.

A lágrima de toda dor, que em contato com a terra
em lama se transforma.
Dela sucumbi o novo mundo, a nova vida
onde a única lei é o amor.

No sol do meu peito eu queimo toda ignorância
dos séculos dispersos da vida, de rumores de um além mundo
de paz, salvação, e uma lógica absurda
Eis a chama da vida, transformando o que nunca foi, em cinzas.

No ar que entra pela minha narina, e diferente de cocaína
me traz as lembranças de tudo, e o mesmo ar
me purifica, me liberta, e faço o novo
com a liberdade de todo amor.

Eu sou toda estrela, todos os Deuses, Deusas e o Universo
Estou em tudo que existe, embora o que existe não esteja em mim
E do éter surgirá o novo.
Éter e minha mente, minha mente e o Éter. Eternamente...

sábado, 9 de julho de 2011

Definir.



Sou a poesia, e sou o poeta
as palavras oriundas de um momento
que nunca mais terei, sou o que penso agora
no entanto, pensamento não é unidade.

Pra ser necessito ser empregado, necessito virar palavra
pensamentos são infinitos, eu penso que sou os pensamentos
O próprio pensar origina-se de infinitos pensamentos
meu fato de observar mais que todos me leva aos risos.

Quando leio algo antigo penso se sou aquilo que expressei
ou se sou isso agora, ou o conjunto de ideias que aprendi
me encontro pensando, e penso nas pessoas que se preocupam com o futuro, trabalham no agora, para outro ser indefinido, que será ele, ter o prazer.

É uma batalha usar as palavras, eles limitam, e muito os pensamentos
E não obstante, sobra os conceitos que as pessoas levam como verdade. E escrever, não é pra mim, é para outras pessoas, logo terei que brincar que acredito na causalidade e no conceito temporal.

A poesia é minha arte de dar forma as palavras, sendo as palavras limitadas por natureza
cada palavra seria um meio pensamento, ou por vezes, o esforço máximo de traduzir o que senti, mas se já senti, já passou, o que vou escrever agora é uma memória de sentimento. O que não deixa de ser sentir, repetido e único, de uma nova forma, quiçá, mais intenso do que o que seria o verdadeiro sentimento.

Definir é algo tão simplório e bruto, transforma as multi-cores que é a vida em uma cor, em uma palavra, em estados.
Amor-dor, presente-futuro.
A poesia é a forma de usar as palavras sem ter forma.

Saber é não definir, quem não sabe cria o conceito na pessoa, limitando a si próprio, sendo o mundo infinito, ele coloca toda a beleza que é viver em um simples definir. Sou o poeta e a poesia, o que expressa e o que ler.

E você sabe definir?

terça-feira, 5 de julho de 2011

Henrique Santos.



É, a vida passou garoto,
Você percebeu, ou não percebeu?
Você sempre percebe... se liga em tudo não é? esses seus olhos miúdos...
Que louca, detestável e magnífica que é a vida.
A vida não, que é viver, isso sim, uma coisa única.

Já sabia que ia estar aqui, e no entanto, com mesmo sentimento sabia que não estaria. São escolhas. São sentimentos. Destino nunca mais. Quem diria que o garoto que acreditava em fantasmas se tornaria um ateu materialista? como você iria saber que algo que você gostava tanto de ser, um ateu, durasse por um momento tão curto, todas tuas convicções jogadas ao ar. Misticismo. Magia. Razão. Saber. Tudo pro ralo fétido da cidade. O que sobrou disso tudo? Nada! Apenas o novo, que daqui um mês será velho.

Você reclamou tanto desse peso que é o mundo, que é saber demais.
Controlar tudo ao seu redor, pois agora você sabe que é tudo não é?
Poderia ser milionário. Poder. Mulheres. Ou até mesmo uma casa no campo pra descansar dessa vida corrida da cidade. Mas você sabe tanto, Henrique. Essas coisas são tão sem valor pra ti. Você é um Deus! Não! Você é além das palavras. Você é a vida, é o que escolheu e é o que quer ser. Você já é, meu garoto.

Não quer acreditar não é? abusa da razão, da dúvida que é uma premissa lógica. Dúvida da própria dúvida. Você escolhe teu sentimento. Você tá cansado da razão, desse logicismo, quer abolir, aniquilar de sua mente. Você é o único capaz de tudo, mas você não pensa em nada, por que as coisas são definidas, e detesta isso. Mudar, transcender, evoluir, você quer tanto isso, quer que as pessoas enxerguem o quanto você. E as coisas tão acontecendo, você tá vendo, garoto. Tá sentindo tudo isso na chama central de teu esquálido corpo. O pessimismo foi com logicismo barato.

Lembra quando você acreditava em deus? lembra de quando você temia deus? quando odiava deus? já teve tantas opniões sobre isso. Ele sempre fez parte de você. Seria um reflexo?
E agora que é teu próprio deus, que é teu próprio senhor do Destino, acha tudo isso um saco e sem valor. Ser "vidente", captar o futuro, escolher como e quando quer as coisas, as pessoas. As surpresas se foram. A surpresa era deus.

Gostava de se encontrar nos filósofos. Mas você trilhou o caminho no cimo sem ar, sem esperanças e repleto de dor. Ninguém foi tão intenso e único como você. Ninguém dilacerou os medos mais obscuros como se corta manteiga. Você é magnífico, maravilhoso. Lindo e feio. Uno e tudo.

Cocaína, LSD, Maconha, tudo isso se foi. Restou você, o desafiador das substâncias. Muito mais forte que qualquer uma, muito mais forte que qualquer coisa. A força que você tem, a genialidade que tens. Não quer reconhecimento, você sabe que é o melhor. Nem a mera vaidade toma mais conta de ti. És o louco, o desajeitado e impaciente. É a poesia, e o poeta.

Ama amar tudo isso. Sabe que o amor é a coisa mais importante da vida. Quem não ama, não vive, é uma pedra que apenas faz parte. Pensar e amar. Duas coisas necessárias ao homem. Vejo poucos com essas qualidades. Amor é a lei, mas amor sob vontade. Quem, me diga quem teve mais vontade que você?

domingo, 3 de julho de 2011

O novo?




Veja! teus olhos estão sujos de sangue escarlate
As ruas tão repletas de dor, dor de não-ser
Não é com com teus olhos que verá a vida
Com eles só verá objetos, faces, morte e dor.

Beba a água pura da vida, pode sentir a nascente eu teu corpo?
Sinta o vulcão e o terremoto em teu ser, balançando pra não aceitar essa mediocridade. O fogo dilacera por completo tudo aquilo que é contrário a vida. Eu sou mais quente que o fogo, e mais denso que a água. Sou o ímpio, me capturem com suas mãos de cera.

Do caminho eterno que é o mar da vida
Bebi a água salgada, chorei toda a lágrima do mundo
Cai no esgoto negrume, feito de restos de seres vivos
Mas eu vi, no meio da imundice nauseante e da ínfima esperança.

O caos é o sinal, posso sentir tudo isso sucumbir
O destino é você quem faz. Eu estou fazendo todo ele, estou segurando a chave da vida. Estou em todos vocês, no que é consciente, no subconsciente, no policial, padre, dona de casa, bandido, seja qual for a classificação. Tudo há de brilhar!

Sou o vento colorido que é expresso pelas asas das borboletas
Enfrentando o mundo com sentimentos, os mais profundos de toda História. O louco poeta do caos que sou, enfrentando a realidade cinza com um lápis sem ponta. Poesia não é palavras, poesia é a criação. Agora é minha vez, meu tempo, meu sentimento.

Goze na sua sala de estar, do seu último prazer efêmero
Pois o tempo chegou, esses serão teus últimos falsos sentimentos
A vida aniquilará tudo isso. Eu sou a vida. Eu sou a estrela mais brilhante do espaço.
fogo, água, ar, terra. Sou isso tudo, inclusive você que me ler.

Não me pergunte como ou por que faço isso
Não gaste seu belo tempo se perguntando, faça. Como eu.
Procurar respostas levam a uma única coisa. Dor. O tempo dela já passou.
Eis o tempo do amor. Faço isso tudo por ele. Não existe vida sem ele.

Não se engane. Você não foi feito para o mundo.
O mundo foi feito para ti. Não sirva a esses débeis, não tenha compaixão.
Não desista. Eis o tempo do novo, eis o tempo do amor...
Eis o tempo da liberdade!!!

O sol no meu peito brilha. Sinto o que todos sentiram.
Estou vivo. Em todo o Universo.
Viver meus irmãos, não depende de vida e morte
Mas unicamente de você.

sábado, 25 de junho de 2011

Um som qualquer.




Quero o som do mundo
eternizando em meus tímpanos
que seja a voz mais doce
ou o som mais grosseiro, transformando meus ouvidos em pó.

A chama da terra esquenta meu gélido coração
paixão, sonhos, vida
bombeando o fogo para minha cabeça
já desvairada por natureza.

Cambaleando entre a pista e a calçada
juntando os pedaços da minha face
soltas no chão de lama negra
escorrendo meu corpo até o mar de anil.

Olhos vermelhos de canibinoide
sangrando por dentro
por viver onde vivem o contrário da vida
da fumaça devassa que mata os que não podem sentir.

No esconderijo do cimo
que de tão secreto, todos podem encontrar
Mas um copo cheio de petróleo
a sede não pode saciar.

tudo pela Evolução dizia o verme
no lixo putrefacto
e nas lúgubres vitrinas
Não existe evolução, existe um remendo feito de vidas.

Quero o frio, e quero o calor
o gozo das sensações
do etéreo sabor
produzido pelo meu próprio estômago

Quero continuar isso pra todo o sempre
quando não mais existir palavras
Eu estarei de outra forma
para algo que não mais será vida.

diluindo o saber na água da vida
se ferindo por entrar em contato
com o cheiro patético das pessoas
Oh! meu nariz inodoro...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A porta.




Sentado na cadeira
no que poderia ou não existir
observo a cerveja suada
seus efeitos não são nada mais pra mim.

diálogos, costumes, sons,
abraços, beijos,
essas faces fazendo parte dessa roleta enganadora
bebendo e, tirando o gosto da vida, com algo apetitoso.

Tentei me enganar por toda a eternidade
que faço apenas parte disso
Mas eu sou isso, todo o destino está em mim.
O novo precede de mim.

A civilização pede remendos
O povo pede a salvação
como é engraçado tudo isso
A seriedade, suas crenças no absurdo.

Absurdo pra todos é ser o que é
ter o infinito em suas mãos
deixar esse mundo tão pequeno e esquálido
traçar suas vidas, pobres débeis.

Não tenho tempo pra murmúrios
meu caminho é para os que são
que conseguiram sentir a vida em um copo d'água
Nos que precisam de algo abstracto para ver a vida
restam minhas risadas.

Se preocupam, se liquidam
pelo inexistente
escravos da escala social e,
de si mesmos, quer dizer, eles sequer existem.

Querem no exterior
o que se encontra em seu âmago
A porta da vida está aberta pra todos
os escravos escolheram servir.

Deixe seus sapatos, sua bagagem
e seus valores no que nunca existiu
Aqui o infinito é átomo para o que existe
Viva o eterno momento.

domingo, 12 de junho de 2011

O agora que já foi.




Sou feito de fogo, de terra
de toda classificação
caminhando rumo ao inefável
pois o que é definido, não faz parte de mim.

Não tenho dinheiro, meu banco é de madeira
da árvore que vocês tiraram, para inventar o que já existia.
Não gozo do poder econômico e, não choro pela hierarquia social.
Desvio das faces sem vida, pois o que é feito de vida, viverá.

Meu cheiro é da natureza, não preciso de perfumes para camuflar o que eu sou. Ser é um palavra para poucos, desses poucos que serão, a luz não dissipa, nem apaga...
A escuridão do nada é a pequena faísca para o tudo.
Oh! esse tudo, se recria, se destrói, se cria...

Não crio uma novidade, eu achei a beleza mais antiga das coisas em mim mesmo, passei a ver com meus olhos...
Larguei as mentiras da Filosofia, das Religiões e de tudo que se diz estudo, pois não existe estudo para a vida, viver é o conhecer.

Quero brilho daqui pra frente, quero destruição e criação. Da transformação se tem o novo
Os sons do mundo estão aí para serem dançados e, só dança quem saber sentir, pois os cálculos sabem medir, quero os números exatos de meu coração.

O Eterno é pra onde vou, é onde estou
Amor Fati
Esse amor que me escolheu antes de saber o que é existir. Existir ficou um tédio pra mim, vi além do tédio que é viver...

Quem quebra a porta pode ver o infinito
As máquinas estão aí, pra criar coisas novas, oriundo de sua novidade. O vazio é uma escolha, se ferir com essa novidade é fazer parte dela. O Fogo da vida esta aí, para queimar quem quer virar cinzas... alguém tem seda?

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Minha estrela.

Andando as esmo por aí
contando as estrelas desse céu
essa gente com tanto o que fazer
com sua convicção e seu valor...

Na noite negra de estrelas a brilar
penso no brilho de seu olhar
nos delalhes únicos dos girassóis
no calor gelado de seu amor...

Na cidade bruta, de tanta fumaça
tanto horror nos meus pensamentos
me liberto dessa agônia, não chorro mais na poeira fria
e do beijo de imaginar, na dualiade de mel e fel...

Eu aqui a me dispersar
o único que as mentes pode libertar
no seio rosa e do sentir o seu calor
esquecendo o sabor amargo que é viver...

Da coisa efêmera que chamaram de amor
As filosofias e tanto explicar
da lógica curta, da verdade inexpressiva
na seca do deserto você é minha água viva...

No orgasmo sem sabor
se jogando nesse algo desconhecido
o que virá acima da montanha
Será as estrelas ou você...

Da poesia curta de pensamento
no sentir além do sentimento
minha musa azul da noite louca
o único poeta que não sabe mentir...

Eu aqui e você e aí
minha única paixão
te quero mais que tudo
até não mais bater meu coração...

Na face única
no desenho de suas maçãs
Você de nada tem de igual
calando pra ver sua beleza, meu doce, minha forteleza...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Meu samba para o Brasil




Vai meu Brasil, me mostre sua copa
sua alegria, sua história
peça a nossas crianças uma vitória
e não me deixe mais chorar.

Me diga que isso não é verdade
esse humor sem felicidade
da liberdade de um girino
de votar, e de se acostumar.

Goze do samba,
se orgulhe de tua cultura
na morena a formosura
E na escola o que eu já sei.

(O que eu já sei)

Agradeça ao deus que veio da Europa
no domingo TV a cores
esse aceitar a ignorância
dividindo menino de favela e burguês.

(Oh! cadê freguês?)

Em suas praias de todo brilho
na garganta seca de menino
que na seca do nordeste
tenta o brilho imaginar

Amarelo, azul e verde,
dono da Amazónia
Tem produto exterior
Caipirinha e um calor.

(Olha que tanto calor)

Tente me enganar que estou sozinho
que a arte não se pode expressar
que somos escravos desse lixo
que to cansado de vomitar.

Tem fumaça, posto de óleo Diesel
demasia em esperança
como escravos sem lucidez
e no bar toda a embriaguez

Vamos jogar futebol
não veja as bolas que entram atrás
pois você não vendo
o Governo cresce mais.

(Cresce muito mais)

Meu Brasil querido
de sexo, ciência, comprimido
escravos do amor medíocre
De casar, ter filhos e padronizar.

(E padronizar)

E o padrão da inteligência
que é o de aceitar essa benevolência
Essa novela das 7 bem real
que tá na hora de acabar...

Lembranças e uma paixão.

Negro estão meus sonhos,
sem divisa, sem dor
Escuro, diferente da noite
quero ver, mas não consigo.

O caminho das faces sem vida
se deslizando entre o asfalto
pés, mãos, olhos, boca
Não consigo ouvir essa voz.

Queria poder enxergar, um brincar de se enganar
meus olhos podem ver o céu, o sol
mas quanto a isso,
eles lacrimejam e soltam, caindo em minha mão.

Estou cego, será?

Cheiro de ferro, fumaça
Na verdade, não sinto mais
apenas lembro que isso me fazia mal
lembranças...

Fantasia, é, fantasia
esqueceu de imaginar, e lembrando
pôde senti-la do seu lado, na sua cama
o calor em você, cadê seu cepticismo?

Sorvete de paixão,
gelado....
faz doer a cabeça, dor profunda
Mas não é você o amante da dor, do profundo?

Passeando por aí, como sempre,
sem ter onde ir
desiquilibrando na calçada
porém, sem cair.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Henrique.




Os sinos das igrejas tocam
O carro freia,
O homem é nomeado
E você, Henrique, por onde andas?

Poderia ser José,
Ou até mesmo Luiz, como seu pai
Mas no entanto, é Henrique,
Onde está o garoto das tardes brandas,
Das garotas doces e da paixão efêmera, pra onde foi tudo isso?

Tá ficando velho, sentindo o ódio do mundo
Detesta o ódio, não é garoto?
Mas como esse mundo é mordaz, te liquida.
Faz você pensar naquilo que mais detesta, onde está o amor, garoto?

Nos livros feitos para as pessoas cegas, pois ninguém sabe ler.
Ele por acaso estaria nas religiões? acho difícil, pois ninguém sabe sequer o que é deus.
E nas pernas das garotas, nos seios delas, no sexo, será que se esconde logo ali?
Ou estaria nesse baseado, na cocaína, na única que é mulher, onde está você, garoto?

Está em si mesmo, acha que é forte o bastante pra se aguentar?
Pra aguentar o mundo, pra ir nesse caminho, acha que pode mudar?
E o sangue que te tiraram, o amor que te tiraram, a voz que lhe roubaram, o ar que não te deixam respirar?
Não sabes nadar, não teme a morte, e se joga nessa correnteza, na que todos morreram afogados?

Será que vão te ouvir, ou será que vai morrer na sarjeta escura?
Vai chorar novamente, vai voltar a se sentir medíocre, Henrique?
Irá aceitar a comida que eles te dão, o emprego, a namorada, o nome que te dão?
Ou será você? vai querer sempre ser, ou vai sentar pra descansar, esperar outro fazer o que só você pode?

Vai encarar o mundo com a poesia, vai destruir a Máquina?
lutará contra o mundo com um digitar de dedos?
Será gentil para sempre, ou a grosseria tomará conta de si?
E a loucura, ela vai chegar, o que vai fazer, Henrique?

Você vai se perguntar, você vai se duvidar, vai ser sempre essa metamorfose?
Fará tudo o que já fez? irá lutar eternamente contra isso?
Viverá o agora, ou vai se preocupar com o inexistente?
Diga-me, o que será você? Henrique...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Aeon




E o sol vai brilhar, tudo isso há de transformar
todas as faces da mentira, em ruínas ficarão
E dos asfalto maciço feito da vida de outros seres
sairá as raízes da nova vida, de todo amor restará a paixão.

Dos olhos lacrimejantes restará a dor
Essa dor de liberdade, Ser o átomo da verdade
E dos caminhos circulares, voltaremos pro mesmo lugar, pois enquanto houver a morte nós estaremos aqui para vos libertar.

E do mínimo da beleza do mundo que podemos desfrutar, enxergaremos o poder de imaginar, o de ser, o de esquecer. A memória se vai, mas o sentimento não. Sinto o que sinto agora, e já senti a dor de toda a civilização.

Seguro a tua luz, o teu peso por te amar
E não deixe eu cair no chão por tentar vos mostrar
Essa ponte de abismo que já cai tantas vezes só por tentar. Mas és a hora, posso sentir, pra esse lugar que eu fui, voltei para lutar.

E dos entendimentos de pura razão, e dos nomes que hão de me classificar
Escrevo essas palavras com sangue de vida, o vermelho do mundo. Quando a total loucura chegar, ficarei parado, nesse mundo surdo.

Vos dou meu caminho,
minhas máximas retiradas do meu vivo coração
quebrando as incertezas dos conceitos tolos
Libertando de minhas loucuras, ou entendem, ou morram na incompreensão.

E no absurdo, meus filhos, não cairão nunca mais
Pois além da vaidade, existe vidas, e mais vidas.
O vazio faz parte de mim,
dos amores, e nas dores.

No túnel escuro das explicações, eu lhes dou luz, a desse mundo incógnito e lindo, de Zaratustra, Horus, Jesus. E do lodo lamacento sucumbirá o Tudo. A Letra A é o inicio, e vocês, minha continuação, meus eternos filhos...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Palavras doces

Na sala de espera
esperando uma vida chegar
outra realidade menos fria
alguma que eu possa sentir, ao invés de chorar.

Esse amor, retornando de algum lugar
mergulhando nele,
pois logo, pode se acabar
Essa vida real, crua quanto a carne.

Sonhei que matava alguém
Ao invés de me desesperar
sorri.
Gozei por cortar as raízes de mais um vegetal.

Mudar não é contradizer
Continuem indo cegos, escravos de momento
Petrifiquem-me na suas cabeças
Ao invés ler meu sentimento.

Acelere seus carros importados
passe por cima do meu corpo magro
Destruam meu sangue vivo
Pois ele estará vivo, a morte não existe meus caros

Agrade sua mãe, vista-se de trabalhador
Seja o que sempre sonhou
o sonho comprado, como os de padaria
E seus cérebros ocos, atraem moscas como os dela.

Sangre por todos os poros
Sinta a verdadeira dor, a minha, a disso tudo
Beba do veneno gástrico
De minha barriga aberta por que os micróbios já se cansaram.

Não Vomite vendo minhas palavras
São podres como as dos corpos que se transformam
E da Transformação surge a vida
Incógnita como qualquer uma.

Viva a liberdade, essa palavra de tanto sonhar
Eu conheço essa imundice, de quanto mais tem, mas quer comprar.
A criança que fui, está aqui agora
Brincando com um novo brinquedo, que só partirá, quando quebrar.

domingo, 8 de maio de 2011

Quero uma Passagem




Quero me libertar dessa gaiola
Se distrair dessa insanidade
Sair do tom nenhum
nas cores dessa produtora cidade.

Sentir no lisérgico prisma
Correndo para o momentâneo agora
pensando no imaginado futuro
que veio, e foi embora

Esse sentir oriundo desse ciclo
de dores e prazeres
de cair na fumaça movediça, de carimbar a massa
no apertar o gatilho e voltar para caça.

Das crianças de momento,
que logo serão instrumentos
dessa máquina fordista
rica por fora e destruída por dentro

gastando o tempo nos livros de razão
ou no sexo de madrugada
se esquecendo na noite
pra não vomitar na privada

Já procurei essa saudade
ir além dessa verdade
de ajoelhar e obedecer, enfrentar a contra mão
seguindo o caminho de sangue na mesa, e cocaína cheirada no chão.

Esses tijolos de cor de sangue
que caem sobre o ladrão e o acusado
e a justiça que joga o dado
que mata um e salva os aliados

Essa Modernidade de que não fiz parte
das luzes a brilhar, cartão de crédito, prestação
esse avanço de bem estar, no cárcere evoluído
E na liberdade primitivo

Ja se foi Deus, e o brilhando sol
Enxerguei a verdadeira luz
bebi do veneno amargo
calando a voz, pra não ser devorado.

Levantei no frio dos becos
se enganando em ter onde ir
andando entre as prostituas com cheiro de amor
bebendo esse bálsamo, expelido dessa notória flor


Marginalizado por fugir
por quebrar a vidraça da mentira
O sonho, mais uma realidade, tão bela quanto essa
é só estar acordado.

O som do silêncio, acende meus ouvidos
queimando como vela
acordando desse sono de vida
de Lindo por hora, e feio pelo tédio.

Vida e morte, são tantos estados
basta saber onde está
estamos mortos no agora
resta sorrir e levantar.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Tantas cores e cor nenhuma...




Nesse mundo, de tantas cores
Eu que sou de tantas, e ao mesmo tempo
de cor nenhuma;

Talvez o vermelho, representando o sangue expelido por uma cabeça que nada mais tinha que sangue, que entra no ralo das cidades, sangue de mais um, e recebe conceito de morto e pra quem não entende, deixa de ter cor.

A escuridão escolhida por todos, a negritude dos olhos, para os que não sabem olhar pra si e ao mesmo tempo pra fora si, como lápis de carvão que transformando toda a luz, todo o branco em simples sujeira negra.

O verde da esperança, o esperar sentado, o deus verme das escrituras. A ilusão prometida, o esperar prometido, mas por quem? Isso nada importa para os que sabem esperar, esperam seu novo mundo, da vida, o que só a morte pode dar.

O Azul da minha blusa que uso agora, que é o mesmo azul que cobre o mar. Esse mar, sem fim e sem princípio, mas parece outra coisa, talvez vida? mas posso sentir ela por todo lugar, as ondas com suas bolhas de perguntas, ar, mar, se cansar...

E o branco, nas folhas que servem pra calcular a formula hermética da vida? Na herança cartesiana de vida, no espaço e tempo que como raios queimam meus olhos me cegando desse mundo simplório de folha branca e borracha gasta.

E o prático cinza, és o tempo dele, o mundo cinza, de monstros gigantes, de janelas nos olhos e boca de asfalto, Sugando todo que é de humano pra transcender em máquina, pois isso é A Evolução.Um apertar de parafusos e tudo está pronto, o mundo, a dor, a vida, tudo celado e empacotado com destino a imbecilidade...

Quando poderão sentir ao invés de ver as cores?

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Vida Eterna?

Esse veneno todo me derruba
se afogando na antiga lama negra
entorpecendo todos corpos e mentes
agonizando no asfalto profundo

Essa fome nunca me esquece
escrevendo com sangue essas palavras loucas
quero enterrar todo pão e vinho
dissipar a neblina dos olhos cegos

Quero mostrar o caminho da luz
que só enxerga quem pode voar
sentindo o mundo em sua alma
e verá que o caminho está por todo lugar

Já não mais gozo de sua felicidade
que foi criada pra essa gente do mundo
no âmago esse mundo Grego e cristão
e por fora fumaça e lágrimas de sangue

Quero minha voz em todo o pensamento
esmagando a vida desse povo mudo
e dos restos sobrará a dor
e dela ensinar o eterno do mundo

Já vomitei essa velha realidade
que se compra, vende e morre
o homem evoluído com seu terno escolhido a dedo
de tanta evolução, mais parece máquina

Esse fogo que esquenta minha cabeça
que é a mesma chama da terra
enquanto outros sonham com uma nova vida
eu sinto que sou toda a ela

Por instantes a água mata a sede
e pra sempre as respostas limitam a vida
Posso ouvir o silêncio do Universo
e escolher novamente essa vida sofrida...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Cotidiano de Luta



A Salada na mesa
a desmemória no bar
O esgotamento na mente
e toda resposta no mar.

O sangue sem cheiro e sem cor
molha o velho dinheiro
os transeuntes sorriem
e agonizam quando se enxergam no espelho

A paz que ainda é semente
destrói as vozes da praça
A vida é bela para os que não entendem
e real para os que sentem a desgraça.

O tema da noite é beber,
cheirar, dispersar, esquecer...
vendo o mundo se quebrar
rasgando a tua própria face.

Tem gente que quer se expressar
Outros não sabem que podem lutar
uns gozam na luta
outros agonizam na sala de estar

Tentar é preciso
morrer como refém
agir como máquina
nessa estrada sem mal e sem bem...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cidade da dor.




Queria por um momento ter o desatento
de outra vida viver
Caindo no abismo de culturas, cores e gravuras
que não me deixam esquecer.

No chão roto e lamacento
feito de cimento, de lápis e alguma razão
petrificando todas aquelas cores, antigos amores
deixando em tom cinza todo o coração.

O caminhão que passa, deixando fumaça
vou engolindo com graça, por não ter o que escolher
O terno negro engole o Homem taciturno
com um murmúrio alegre diante de sua TV.

E lá vem eles com sua farda azul
com o poder nas mãos me ensinado como é viver
E não tente mostrar como é a vida, louca e sofrida
pois você pode morrer.

Se derreter, se esquecer, desaparecer...

O furacão que varre as ruas
diluindo sonhos de toda nação
te jogam no beco escuro, no abismo nulo
que cavará com teus próprios pés.

Praias, cores, prédios, igrejas
tantos amores, tanta distração
Eu, além de tudo, o mais profundo
trouxe comigo o caminho içando toda salvação.

pesadelos e sonhos sem exatidão...

segunda-feira, 14 de março de 2011

A moça.



Ainda não vi, porém senti
no cume dos sonhos
transbordando brilhos
Sorrindo. Sentindo. E eu, alegre como menino...

Nas brincadeiras na cama
suando na noite fria
só por vê-la
agonizo de dor homogênea.

Cheirava como rosas, do mais concentrado aroma.
Olhando e balançando seus cabelos castanhosnegros
e o toque da boca rosa no delírio noturno
jogando-a contra o travesseiro, no extâse do desespero.

Orgasmos multi cores na excitação do sonho
branco e preto que era o mundo
o mundo não mais importava
o momento nostálgico momentâneo, infindável parecia.

O café monótono do quotidiano
ao lado de tanto brilho
a canção dos animais terrestres
inaudível para nós, pois o bocejo da vida
lá não estava. Como tudo. Só nós existíamos.

E conversas de navalhas falamos por toda tarde
por vezes, parávamos, só para um ver outro
e tocar, pois não parecia real. E sabíamos que
não era. De alguma forma fazíamos partes da mesma cela.

E depois de tanta admiração, o sol real me levanta
e só lembro do tal calor.
E meus pensamentos voam,
Mas as asas não eram tão belas quanto as dela...

quinta-feira, 10 de março de 2011

Esgoto urbano, negro e borbulhando,
seu fétido aroma...
Com espuma lodosa, embaçando
a natureza. Verde e sem cheiro.

Vacas com medo de mim
andando no canto delas
talvez o que acham que são delas
também faz parte de meu jardim.
Verde com borboletas multi cores.

A bicicleta metálica
com borracha maciça
quiçá a magia do homem
que faz pipas, esgotos
e verdades escritas.

Não se há mais supérfluo
Necessitam do invisível
da arte do querer escolhido.
aplicam até gás de pimenta nos meus olhos vermelhos
Só pra você enxergar o tal do poder.

Esse meu incenso que será
como forma de meditação
me engano, pra não enlouquecer.
Na vida monótona que é viver
Pensamentos derrubam a excitação da vida.

O Avião que balança minha telha velha
A desgraça que vejo em sair do portão
em frente.Esse isqueiro branco sem vida
Eu serei como ele? ou tentarei me enganar
aplicando um sentido no turbilhão de dores
que chama-se vida?

Lá vou-me, pensar em nada. Em um dia que vi
de esgotos a vacas que me temem. Podia eu, pensar
nelas, ou algo qualquer. Mas o que confesso-me
É que meu maior cansaço é pensar. Garoto Ocidental
dependendo das artes orientais, é, já passei por tudo isso.
O que me restou foram pensamentos, elimina-los por momentos.
Farei isso. Destinado a vida de momentos...

terça-feira, 8 de março de 2011

Canção de Carnaval.

Do lápis sem findo
entre a borracha que apaga,

Sobre minha cabeça a gravata
sob meus pés a estrada...


Essa minha mente maluca
que não me deixar dormir,

entre meus dentes minha boca
que o guarda bate e sorrir...


Da liberdade tirada
Com medo de afogar,

Na minha narina quebrada
da água que posso nadar...


O meu saber que uiva
em olhar o luar,

Das guerras iniciadas
até onde eu possa amar...


Da fumaça criada
pelos filhos da terra,

esses mesmos filhos
conceituando a guerra...


De um lado um explica
do outro tem salvação,

Essa minha gente sofrida
escravos da ilusão..


Do deuses ao nada
do tudo a morte,

Se esquecendo da vida
pra jogar nova sorte...


No nosso passado houve reis
hoje sou escravo presente,

No futuro escolhido
não haverá presidente...


Dos meus sonhos líquidos
que se espalham no ar,

Hoje só tenho minha poesia
que escrevo pra não chorar...


Dos que amam dinheiro
aos que não enxergam valor,

Enquanto uns se esquecem
eu sinto minha dor...


minha canção escolhida
logo estará em partida,

ecoando minha voz
por toda velha avenida...


Eu quando ando sem deus
eu que penso sozinho,

Eu não trouxe salvação
trouxe comigo o caminho...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Dos sonhos,




ao caixa do banco
retiram suas vidas no botão
da felicidade eletrônica

Quando não se há paz
nós a compramos
com dinheiro feito de árvores
queimamos nossa paz com a mesma árvore.

Dos sonhos que são triturados
nos liquidificadores das esquinas
ao rapaz que não se sente bem
logo, transa com qualquer menina.

Entre o ar puro de ventilador
As flores brilhantes nas janelas de minha dor
da juventude que troca sua vida inútil
por um ipod e seu computador.

Da ilusão que me fere
aos quatro dias que terá findo
a minha cultura que nada difere
das imbecis que nada importa de onde tenha vindo

Do sexo das tardes suadas
aos anoiteceres que sinto-me melhor sozinho
Das flores que pude desabrochar
todas me enfiaram seu venenoso espinho

O Motel que pisca faltando uma letra
como meus sentimentos que sempre faltam algo
não procuro nada.
Apenas algum doce, que se difira do mar salgado.

A matéria que mais desejo
não sei onde mora
só conheço sua maravilha
que penso/espero toda hora.

A mais graciosa que existe
que dos sonhos ainda não saiu
mas espero o momento
de beijar a boca mais doce do Brasil...

Com chuva e sem foto.

Essa chuva, com o som quase inaudível, ouço-a, e os carros nas avenidas cortando nossos ouvidos com seus ruídos. Todo o som a disparar como um raio em minha mente fantasiosa.

Espasmo no meu rosto, olho-o és apenas um, sou o que sou agora, já amanhã não serei o mesmo. Como aguentar essa mudança, esse destino de tantos eu's, não posso me entender, pois o que entendo é o agora, o que tentei entender já não mais existirá.

Essa foto 3x4 com olhar de brincadeira, as fotos nunca são familiar. É como se fosse um personagem, outro ser tomando forma de minha pessoa. Olho no espelho percebo que sou eu. As fotos capturam o momento, a face que me impus naquele único momento, impossível classificar minha solidez facial, meu olhar miúdo que sempre tive em fotos, gravuras, ou o que serve-se pra aniquilar o momento o tempo que não se limita em um segundo.

Já percorri pelos cantos, procurando um canto que me acolhesse, mas são ilusórios, de nenhum desses me transmitiria o sentimento que procuro. As pessoas, mais parecem personagens que humanos. Se solidificam em uma característica, um algo que expõe todo seu ser. Uma limitação de salto alto ou pulseira que te leva ao equilíbrio.

Enquanto fingia tinha berços de ilusões, quando resolvi ser-me o que existiu virou uma cama de espinhos. Idolatram tanto seus personagens, suas vidas cinzas. Não vou mais gastar minhas palavras com quem não quer ouvir, tentei. Mas minha tentativa foi nula, quanto a capacidade mental, a massa cinzenta que nasce no cérebro e é expelido por suas narinas, bocas ou pelo lugar que os personagens desejarem.

Devo encarar a realidade, surrealista que me faz sangrar todo dia. Meu olhar no espelho, minha barba rala que mostra a juventude que tenho. Minha infância que já se foi, meus sonhos juvenis que já se foram. Só sobrou o rapaz de um dia só, que ama o que voa e detesta o que não fala.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Minha linda e Maravilhosa cidade.




Meu grande Rio de Janeiro, pessoas a andar todos como formigas, formigas falantes. Tantas vozes, sozinho eu, com apenas uma. Minha voz rouca e jovem tentando sair dos ruídos das formigas.

O Asfalto quente que o ônibus ligeiro esmaga, a cada construção minha voz é esmagada, suas polícias pacificadoras me tiram da paz, meus sulcos mentais desabam pelo chão, ignoto eu, com minha vida de bolha de sabão.

Nossos dias do Carnaval, a felicidade de quatro dias. Ó meu povo, Ó minha terra. Escravos dos ilusionistas. Do Prefeito que cria feriados pra saciar nossa dor. Disfarce de sergantana. Difícil de entender minha cidade maravilhosa. De um lado o poodle comendo ração francesa, e do outro o garoto sem comida, seu único alimento é a deficiência do homem, que nada sabe.

Fatos não existem para os que têm poder, para os que têm um pedaço de papel que vale mais que minhas palavras, minhas agonias. Os engravatados montando em nossas costas largas, inerte a bailar em frente a TV. Usando um sofisma barato que engana todos, desde o moleque que come lixo e restos humanos em Caxias até a imbecil que alimenta seu animal com comida cara no Leblon.

Sexta tem Lapa pra esquecer os dias de trabalho, bem estar por um dia como pode? enganando-se, vendo a desgraça e correr para os braços do deus que não existe, mas fez mais estragos que qualquer um que exista. Sedados com um injeção no meio da bunda, esses cariocas que adoram seu samba, sua cerveja gelada a gargalhar, eu não vejo motivos para risadas se soubessem como eu, chorariam ou se matariam.

Parados como carne moída no açougue, esperando apenas o triturador nos transformar em lixos podres, sem vida, sem cores, sem nada, só com minha mente, com minhas poesias que voam. Cansado. Nem cheguei aos meus vinte anos e estou cansado, dessa babaquice, dessa lama e ninguém faz nada, nada e não vejo caos de gente, ninguém que possa, ou tente mudar isso, só eu, sozinho com minha existência, meus sonhos e minha dor.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Gato cinza


Com um miado na madrugada, o gato se revira, pula, e tenta fazer-me comovido. Ignoro. Durmo. Tenho sonhos belos e reais. Acordo torpe com o sol fervendo minha cara amassada espreguiço-me e lá está o gato, olhando-me com seu olhar único, azul e profundo. Que por motivo eu não sei o gato é cinza, por partes branco. O cinza me persegue em todos os cantos, lugares, é a cor do desespero.

Não direi que é um gato único, pois é tão notório quanto qualquer um que percorre nas latas de lixo de minha cidade. Essa cidade que de lixo podemos falar com clareza e objectividade.

O que sinto por esse gato é inefável, por vezes gosto dele, como em outras não o suporto, seu olhar, querendo me culpar, me derreter, como se não bastasse o sol que ferve minha cabeça ruiva. fervendo meus pensamentos que vão além e ao mínimo, a simplicidade desse gato cinza de olhos azuis me comove e me engrandece.

De nada tem parecido com gato, esse gato, parece tão homem. Com miados frágeis e tímidos, é o gato mais tímido que já conhecera. Tem toda a pose de gato, pêlos de gato, porém algo que é além do olhar aniquilador faz ele ser mais que um animal.

Gato, homem, demônio, animal. Tantos conceitos que poderia empregar em ti mas de nenhum bastaria, nenhum transmitiria o que sinto. Vou trancar a casa pois ando com dúvidas sobre seu ser, pode pegar-me a noite, sem defesa com suas garras e tirar meus sonhos com o gozo da morte, amo-te e lhe odeio gato cinza.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Crianças e igrejas.




Voando além
sobre o sol e a lua
tirando minhas vestes
minha alma nua e crua.

Ao dormir rezar
ao acordar chorar
sonhando a noite
pois o real não podem fantasiar.

Com a barba no balde
de sangue e costumes
crianças que são tão belas
logo misturam-se ao verde estrume

Vejo cinza, vejo prata,
vejo brilhos e vejo dourado
ocupando-se com o que não precisariam ver
sem vida, sendo um animal caçado.

A armadilha que você mesmo escolhe
com um carimbo na testa
sorrindo pela infelicidade
e chorando por fazer parte da festa.

dançando e pulando
com uma criança de energia
e como criança
não sabe o que é o mundo, se contenta com fantasia...

As bruxas do passado
ainda voam por aí
somos queimados de outra maneira
minhas cinzas voarão até eu conseguir

Com o sinal da cruz
me queima como demônios
Quando se pensa na igreja
logo escondo meus sonhos.

Com prédios, igrejas, escolas
e tanta salvação
vou andando na floresta
sozinho, aguente coração...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Tardes de cidade.



Sem sol por hoje,
com clima quente
a brisa seca resolveu gritar
voz alta e rouca.

Pássaro bebendo no lago
com medo de se afogar
e próximo da ave, formigas trabalhando
por preguiça de pensar.

Nuvens enjoadas, voam com tudo
mas logo vão embora
E eu fico no calor, suado e quente
esperando algo, meu coração louco, mas não ardente.

Garotas de cantada, esperando algo de mim.
Sim, algo lindo e já inventado.
Mostrando seu corpo, pois o resto
já foi roubado. Sé é que existiu um dia.

Bandidos são presos
A polícia é premiada
E os ladrões de mente e sonhos
ficam gozando da minha cara quebrada.

Ônibus animado
Gente suada vindo do trabalho
Pedreiro, caixa, ou qualquer funcionário.
Suas identidades tão lindas quanto seus uniformes.

Vou beber água no bebedouro da Igreja
E uma velha patética resolve falar de deus
Digo que prefiro beber água.

É, to ficando velho
velho de cabeça
Pessoas não mais me apetecem
e vou ficando sozinho, mas com muita certeza.

Meu sarcasmo machuca as pessoas
e ouvir elas falarem me machuca
ou melhor, meus ouvidos.

Se eu gostasse da mentira
seria mais fácil
Enquanto falo a verdade
o mundo morre calado.

Não tenho razão de coisa alguma
E sei disso!
Enquanto todos brigam por pensar que tenho
eu vou gozando da cara deles,
e da minha vida sem compromisso.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O Pombo.




Pombo sob meus pés,
mas voando, sim, voando.
Ele que sequer escolheu voar, percorre os céus,
sentindo todo ar em suas narinas e no seu frágil pulmão.

Sem destino algum, não acha, nem procura sentido, sentidos que um cego enxergou e desenhou.
Com canetas sem tinta sobre um papel que já comeram e vomitaram seus restos. Com a mão tremula o sábio de boteco tenta junta-los e fazer-me engolir toda essa imundice, com poucas escolhas, apanho e faço dele o prato do dia.

E lá vem o pombo, rir da minha cara sem brilho. E da minha escolha. Penso em mata-lo, mas estou sobre ele, ele come os restos, as migalhas que as velhas jogam pra ele. Velhas loucas, perderam sua vida patética em cultos ao senhor do Nada.

Já farto de pães velhos e outras comidas de aves. O Pombo dança, voa, e ainda defeca na minha cabeça. Não me pergunto por que ele fez isso, simplesmente aconteceu, sequer fico bravo com tamanha sujeira, livro-me dela e dou um riso de escárnio pra ele.

Ele não aguenta, chama seus companheiros, tentam me devorar não corro deles, enfrento com toda minha coragem. Reconheço o Pombo, ele é diferente dos outros, tem um tom cinza, comum.
Mas algo nele é diferente, talvez suas asas, é, talvez...

Digo apenas duas palavras, e ele abre seus olhos negros, fundo como um abismo. Ele não aguenta ouvir, tampa seus ouvidos fracos de ave velha e explode, sangue e pena pra todos os lados, volto a sorrir e penso que dessa maneira eu não quero voar, é muito baixo pra mim.

Esse pombo, pobre animal. Com as asas tão brandas, com tanta cor, mas com ouvido tão fraco. Não suportou eu dizer "EU SOU!"

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sentado lá,



brincando de falar
pensando nos postes da avenida
esperando a onda passar.

Não tinha mar, nem peixe
Era uma praça com asfalto maciço
pessoas gargalhando por não pensar
E eu me afogando por não ter compromisso.

Com a cara engarrafada
feito pote de mostarda
sentia-me um molho
como de comida requentada

cantando para os pássaros
sentia o sol me deixar
E a lua pequena
em minutos veio brilhar.

Nos olhos da noite
sangue neles escorria
me molhando aos poucos
corri para o toldo da padaria

Com bolos e pães
resolvi escolher logo o sonho
ao menos esse é doce
e não me tira o sono.

Aceso como a vela
que se queima em minutos
segurando a chave de fenda
mas me falta parafusos

O assunto da semana
foi vacas assassinas
pobres vacas, exalando nossa morte
num frasco de gasolina.

Amigos que nada sabem
e ainda dizem que não tenho O saber
sabendo de coisa alguma
o que eles não falam eu tento esquecer.

Meu fígado
com meu estômago me pedem arrego
mas meu cérebro esquece
e vomita no azulejo

Escrever a noite
mais raro que um desejo
é se livrar da alma
e não segurar bocejo.

Com uma fome de cão
o cachorro magro tenta latir
lhe jogo um osso de plástico
ele cospe e vai dormir...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Poeira da cidade.




Eu na minha escuridão não tento entender o que seriam sonhos, o que seria vida, viver sem sonhos, essa vida pequena, carente de fantasia. O real inexistente me assusta, me faz tremer, me levando a enlouquecer.

Sem doces para me distrair da dor amarga, sem destino,veneno letal para o os que pensam, para os que tentam, para os que amam. Distorcendo meu sabor assíduo temperado pelo caminho da lama.

O Ar que sinto agora, amanhã não será o mesmo, apagando meu desejo. Eu que sou de tantas cores, talvez amanhã me torne cinza, de cor única, com pensamento único, me direcionando para a fábrica de suprema realidade , me colocando nome, preço e validade...

Sentando aqui esperando aquele sonho que voa, sonho confuso mais que não enjoa. Mas como amo aquela confusão, esse sonho que percorre além da minha capacidade, além da minha razão. Pensei hoje, que era capaz de tudo, sempre foi assim, um sonho, um coração, sonhando pra me sentir confuso.

Eu só trouxe meu nome, não posso lhe dar mais que isso, entrego minha existência para isso. Somos o tudo, O único destino certo é lhe encontrar, eu, você, ela, o fogo, o mar, tudo um dia se juntará transformando o que chamamos de vida além do que as palavras podem mostrar.

Sentindo o vazio, o livre, o que vive e morre sem sentidos. Liberado, escravo de sua existência, só ela, a única energia importante. Representando todo o resto, o mundo gira em torno dela, Como me impor a se livrar dela? Minha alma, meu ser, meu destino, meu viver, existindo e esquecendo do antigo homem o de não ser.

Me afogando na lava, ela não mais me tira coragem, correndo sangue branco em minhas veias, me tirando o sono. Se dilacerando no cérebro, maquinando pra todo o corpo, pra toda a alma, pra todo sentimento, essa poeira que suja minha mesa, acabo com ela em segundos, e ela acaba comigo em anos...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O sonho vazio.




Depois de um sonho,
confuso como todos.
acordei lindo e vazio
com minha mente pedindo repouso.

Pensei no sonho
e nos sonhos que tenho
que andam me corroendo
feito um doce veneno

Olhei pro céu
me disse que sou o melhor
pra continuar o que faço
continuar assim, só.

Lutar pela mudança
que anda mais próxima de chegar
mas quanto mais conheço pessoas
penso se realmente quero mudar.

Maior dificuldade é ser eu
confuso como um furacão
vazio como um deus antigo
que pessoas buscam salvação

Pelo menos existo
ocupando espaço na estrada do nada
queria saber por que me sinto assim
Minha mente louca e desequilibrada...

Preciso de um médico
daqueles que fazem amputação
Só assim me livraria do meu cérebro
E também meu coração.

Não sei até quando
Irei tentar, aguentar
Pois quanto mais penso
menos eu quero amar.

Amo o poder existir
mas essa excitação pode ser passageira
Só uma bela morte
pra se livrar de uma vida inteira.

Com a mão no meu rosto
eu digo que não vou parar
desviando do engano
até o vazio me matar...

sábado, 29 de janeiro de 2011

Chuva de Janeiro




Acordo, em todos dias com o mesmo pensamento
Pensamento escolhido, o mais perigoso deles.
Trabalhando, observando, esperando
quase não mais aguentando.

Sem tempo pra dormir, com pouco pra sorrir
Sinto meu calor, meu sangue, quente quanto o sol
Planejando queimar os antigos costumes
Faço de cada dia uma batalha, um novo dia, que o sol sempre queimará.

Ando sozinho pelas galáxias da vida
Sem Deuses, sem drogas, sem pessoas, sem fantasias.
Carregando o peso do mundo nas costas
Pesado a ponto de misturar-se a minha existência.

Segurando, calando a voz
Deixando escapar pequenas faíscas da grande chama
aquecendo-se desse pouco,
manipulando, brincando com as palavras.

Fazendo de cada palavra um destino, um caminho
Esquecendo o antigo menino, o antigo homem
Aquele que nunca existiu, homem de imagem
destruidor de si próprio.

Viajante livre que escolhi ser
ansioso como uma serpente que espera a presa
Mostrando a maçã para os que não enxergam
Ao mesmo tempo que lhes mostro a maçã da sabedoria, destruo-a juntamente com seus costumes.

Lacrimejando os choros passados
Escrevendo o que já foi escrito
Mas com minha mão, com minha vontade
Fazendo dos meus pensamentos minha própria cidade.

Vazio quanto o ar que falta nos pulmões
E livre quanto o humano
Libertando de mim mesmo,
pra enfim sair dessa lama que me leva ao bocejo.

Caem chuvas, passam chuvas
E sempre do mesmo jeito, todos calados
O Sol vem e tudo volta ao normal
Será que só eu tenho olhos para além da poça d'água?

Pobres homens afogados em sua própria saliva...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Necessárias flores?





Quentes e rápidas como fogo
muitas são assim
mostram sua beleza, cada uma com a sua.
e me devoram por não dizer sim.

Tem as leves como brumas, soltas, livres...
As indomáveis. Essas têm um perfume único, as vezes destruidor. As que falam pouco, mas com poucas palavras dizem tudo. Tem as que são libertas, voadoras, quem sonham em voar.

Algumas que esquecem quem são, e seguem um caminho que é o inverso delas,
se recusando ser o que é. Cultuando o belo passageiro, e espalhando seu saber no mundo inteiro...

Muitos criam opiniões pelo perfume que anda cada vez com menos aroma. Mas ainda há, por aí, pelos jardins, flores com um aroma esbravejante. E cada uma com um tom único, com espinhos únicos, expelindo seus poros por todo canto.

Exigem tudo de mim, ou apenas o apreciável.
Cada uma com seus sonhos, com seu corpo variável
mostram o que eu quero, ou que elas querem
algumas fáceis, outras não, algumas até me deixam sem expressão.

Fracas ou fortes, tiram minha energia, energia bem gasta. Algumas demoram desabrochar, já outras se sentem confortável. Umas me dilaceram, outras me fazem fantasiar, umas fazem eu até amar. A elas, a mim, só o que não pode faltar são flores em meu jardim...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dia quente e uma estação.




Sentado na estação, toca ópera, minha ansiedade frequente me leva ao tédio
Logo após vem o trem, ele sorrir pra mim
Abre sua porta moderna, agradece a pouca grana que gastei com ele e segue para o caminho do inexato.

Centralizo meu olhar lá pra fora, nas paisagens naturais mas o trem é veloz e velho. Quando balança desvia meu olhar, que ultimamente anda turvo. Logo me disperso e espero um ar tóxico entrar pela porta.

Na porta a ida e volta de ambulantes me causa náuseas
todos tão confusos, indo pra lugar nenhum
Difícil de acreditar. Que eles só têm essa opção, enlaçados pela corda da ignorância

Cada trilho, cada estação que passa
mais me entusiasmo
meus pensamentos nunca tivera tão aguçados
fecho meu livro que conta o que já sei e vou em frente.

Pareço estar pronto
como um falcão experiente
penetrando com tudo na água
em busca de uma refeição que pense menos que eu.

Desço da estação
desequilibrado
e desnorteado como sempre
tento lembrar onde estou e como fui parar nessa estação.

O guarda pede pra eu sair da faixa amarela
volto a lucidez, trazendo consigo a repulsa.
Não confio em guardas, nem que sejam inertes quanto de estações.

É tarde, o sol me castiga com vontade
E eu não posso fazer o mesmo
Ele goza da minha cara, queima minha pele
E rir dos adoradores dele que se fantasiam de felizes.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Uma palavra, e tantas coisas.


Cão feroz, com latido que ultrapassa a parede. Agonia ao meu lado, com soluços altos, me impedindo, me segurando, tirando-me o sono.


Céu sem estrela, hoje não quero ver brilho algum, só o meu, o que nunca se apaga. Brilho estúpido, enganador. Varrendo minha alma escura que sempre brilha, esse brilho de ardor, de dor.


Que adorador da dor que sou, sempre verdadeira comigo, enfiando essa estaca em meu peito, escorrendo sangue frio, molhado quanto a chuva que cai lá fora. Esperanças não te levam a nada como ousa pensar em algo assim, ainda mais na madrugada?


Barata que rasteja, ficando com os restos. Por que Eu, o mais alto e corajoso dos pássaros me sinto assim? o infinito se quebrou, e seus cacos e vestígios, cortaram, perfuram meus ossos, minha garganta. Inundo o meu ser de meu próprio sangue, frio e livre, quanto o ar que entra na janela.


Desesperado com não sei o que, torpe de mentiras passadas. Como que pode me destruir assim, em etapas. Que cruel que és, me mostra todo extâse, mas só por momentos e como mergulhei nesses momentos.


Estado diferente que não escolho ter, sempre afundando em mim. Tem armas perigosas, que perigo isso é pra mim, arma fatal, sempre mirando um alvo certo, nunca erra. Sempre dilacera-me como pó, que entra nas narinas, dando um poder elevado, momentâneo, ó vida de momentos...


Não há pensamentos, pessoas, nada que supra isso. Está em mim, controlando meu ser, tentando. Meu eu entra em batalha contra ele, mais cedo ou mais tarde alguém perderá a cabeça.


Porque ver beleza onde não se tem? Será um defeito dos poetas? olhar pra luz que destrói seus olhos, lutar pela massa calada, abusar do querer, daquele que não se pode ter. Não se engane poeta o mundo não depende só de você.


Voltando ao estado mental, elevado. Por que tanto temor, dessa palavra, do sentimento que ela lhe traz. Lute rapaz, mas com cautela, pois esperar o mundo trazer o que quer é o mesmo que andar pra trás... Ah! como esse sentimento me desfaz.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O Supra Homem


Alma inquieta, se dissipando no ar. Corpo violento, envolvendo-se do calor de onde estou. Mergulho-me em minha mente, enraizada, acelerada. fantasiando-se de seu saber, orgulhando-se de todo querer.


Coração que se recusa a parar, bombeando minhas veias. Impulsionando meu sangue quente com um caminho único que não pode se livrar, sempre indo, avante, maquinando meu cérebro, que por excelência se recusa a aceitar, essa vida, esse mundo, esse todo.


Cabeça aérea, além do infinito do universo. Louco, desajeitado, viciado. Cabeça girando, tentando se achar. Mecanismo torpe, viciado em se conformar. Mente cheia, demasiado pesada, centralizado em tudo que a vida pode me proporcionar.


Olhar turvo, limitado da limitação do meu ser. Se penetrando no universo quimera e maravavilhando-se das cores que o mundo pode lhe proporcionar. Tentando avistar o que meu eu não pode achar.


Meu corpo frágil destinado a aguentar toda essa energia mental que está longe de se dissipar, me acorrentando de vigor, transcendendo meu ser, meu eu inexplicável.


Maravilhado com a beleza do universo. Perpetuo a sua beleza, faço de meu eu um caminho que é impossível de voltar. Estrada longa cujo o caminho me impulsiona a tentar, revelar, não me limitar. Destinando-me a esse mundo, a quebrar as muralhas dos conceitos, a seguir, a continuar, a transcender, a perpetuar a beleza do humano e da maravilhosa terra.


Segurando a chave do destino humano até meu último átomo energético desaparecer. Afundando do profundo de meu ser. Quebrar o que resta de vestígios que homem criou. Transcender o homem para enfim ter o prazer. Superar o homem, quebrar todas suas limitações fantasiosas para enfim gozar de minha existência que nada mais é do que o tudo e o nada. Sucumba de seu ser Supra homem...