sábado, 9 de julho de 2011

Definir.



Sou a poesia, e sou o poeta
as palavras oriundas de um momento
que nunca mais terei, sou o que penso agora
no entanto, pensamento não é unidade.

Pra ser necessito ser empregado, necessito virar palavra
pensamentos são infinitos, eu penso que sou os pensamentos
O próprio pensar origina-se de infinitos pensamentos
meu fato de observar mais que todos me leva aos risos.

Quando leio algo antigo penso se sou aquilo que expressei
ou se sou isso agora, ou o conjunto de ideias que aprendi
me encontro pensando, e penso nas pessoas que se preocupam com o futuro, trabalham no agora, para outro ser indefinido, que será ele, ter o prazer.

É uma batalha usar as palavras, eles limitam, e muito os pensamentos
E não obstante, sobra os conceitos que as pessoas levam como verdade. E escrever, não é pra mim, é para outras pessoas, logo terei que brincar que acredito na causalidade e no conceito temporal.

A poesia é minha arte de dar forma as palavras, sendo as palavras limitadas por natureza
cada palavra seria um meio pensamento, ou por vezes, o esforço máximo de traduzir o que senti, mas se já senti, já passou, o que vou escrever agora é uma memória de sentimento. O que não deixa de ser sentir, repetido e único, de uma nova forma, quiçá, mais intenso do que o que seria o verdadeiro sentimento.

Definir é algo tão simplório e bruto, transforma as multi-cores que é a vida em uma cor, em uma palavra, em estados.
Amor-dor, presente-futuro.
A poesia é a forma de usar as palavras sem ter forma.

Saber é não definir, quem não sabe cria o conceito na pessoa, limitando a si próprio, sendo o mundo infinito, ele coloca toda a beleza que é viver em um simples definir. Sou o poeta e a poesia, o que expressa e o que ler.

E você sabe definir?

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