segunda-feira, 30 de maio de 2011

Meu samba para o Brasil




Vai meu Brasil, me mostre sua copa
sua alegria, sua história
peça a nossas crianças uma vitória
e não me deixe mais chorar.

Me diga que isso não é verdade
esse humor sem felicidade
da liberdade de um girino
de votar, e de se acostumar.

Goze do samba,
se orgulhe de tua cultura
na morena a formosura
E na escola o que eu já sei.

(O que eu já sei)

Agradeça ao deus que veio da Europa
no domingo TV a cores
esse aceitar a ignorância
dividindo menino de favela e burguês.

(Oh! cadê freguês?)

Em suas praias de todo brilho
na garganta seca de menino
que na seca do nordeste
tenta o brilho imaginar

Amarelo, azul e verde,
dono da Amazónia
Tem produto exterior
Caipirinha e um calor.

(Olha que tanto calor)

Tente me enganar que estou sozinho
que a arte não se pode expressar
que somos escravos desse lixo
que to cansado de vomitar.

Tem fumaça, posto de óleo Diesel
demasia em esperança
como escravos sem lucidez
e no bar toda a embriaguez

Vamos jogar futebol
não veja as bolas que entram atrás
pois você não vendo
o Governo cresce mais.

(Cresce muito mais)

Meu Brasil querido
de sexo, ciência, comprimido
escravos do amor medíocre
De casar, ter filhos e padronizar.

(E padronizar)

E o padrão da inteligência
que é o de aceitar essa benevolência
Essa novela das 7 bem real
que tá na hora de acabar...

Lembranças e uma paixão.

Negro estão meus sonhos,
sem divisa, sem dor
Escuro, diferente da noite
quero ver, mas não consigo.

O caminho das faces sem vida
se deslizando entre o asfalto
pés, mãos, olhos, boca
Não consigo ouvir essa voz.

Queria poder enxergar, um brincar de se enganar
meus olhos podem ver o céu, o sol
mas quanto a isso,
eles lacrimejam e soltam, caindo em minha mão.

Estou cego, será?

Cheiro de ferro, fumaça
Na verdade, não sinto mais
apenas lembro que isso me fazia mal
lembranças...

Fantasia, é, fantasia
esqueceu de imaginar, e lembrando
pôde senti-la do seu lado, na sua cama
o calor em você, cadê seu cepticismo?

Sorvete de paixão,
gelado....
faz doer a cabeça, dor profunda
Mas não é você o amante da dor, do profundo?

Passeando por aí, como sempre,
sem ter onde ir
desiquilibrando na calçada
porém, sem cair.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Henrique.




Os sinos das igrejas tocam
O carro freia,
O homem é nomeado
E você, Henrique, por onde andas?

Poderia ser José,
Ou até mesmo Luiz, como seu pai
Mas no entanto, é Henrique,
Onde está o garoto das tardes brandas,
Das garotas doces e da paixão efêmera, pra onde foi tudo isso?

Tá ficando velho, sentindo o ódio do mundo
Detesta o ódio, não é garoto?
Mas como esse mundo é mordaz, te liquida.
Faz você pensar naquilo que mais detesta, onde está o amor, garoto?

Nos livros feitos para as pessoas cegas, pois ninguém sabe ler.
Ele por acaso estaria nas religiões? acho difícil, pois ninguém sabe sequer o que é deus.
E nas pernas das garotas, nos seios delas, no sexo, será que se esconde logo ali?
Ou estaria nesse baseado, na cocaína, na única que é mulher, onde está você, garoto?

Está em si mesmo, acha que é forte o bastante pra se aguentar?
Pra aguentar o mundo, pra ir nesse caminho, acha que pode mudar?
E o sangue que te tiraram, o amor que te tiraram, a voz que lhe roubaram, o ar que não te deixam respirar?
Não sabes nadar, não teme a morte, e se joga nessa correnteza, na que todos morreram afogados?

Será que vão te ouvir, ou será que vai morrer na sarjeta escura?
Vai chorar novamente, vai voltar a se sentir medíocre, Henrique?
Irá aceitar a comida que eles te dão, o emprego, a namorada, o nome que te dão?
Ou será você? vai querer sempre ser, ou vai sentar pra descansar, esperar outro fazer o que só você pode?

Vai encarar o mundo com a poesia, vai destruir a Máquina?
lutará contra o mundo com um digitar de dedos?
Será gentil para sempre, ou a grosseria tomará conta de si?
E a loucura, ela vai chegar, o que vai fazer, Henrique?

Você vai se perguntar, você vai se duvidar, vai ser sempre essa metamorfose?
Fará tudo o que já fez? irá lutar eternamente contra isso?
Viverá o agora, ou vai se preocupar com o inexistente?
Diga-me, o que será você? Henrique...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Aeon




E o sol vai brilhar, tudo isso há de transformar
todas as faces da mentira, em ruínas ficarão
E dos asfalto maciço feito da vida de outros seres
sairá as raízes da nova vida, de todo amor restará a paixão.

Dos olhos lacrimejantes restará a dor
Essa dor de liberdade, Ser o átomo da verdade
E dos caminhos circulares, voltaremos pro mesmo lugar, pois enquanto houver a morte nós estaremos aqui para vos libertar.

E do mínimo da beleza do mundo que podemos desfrutar, enxergaremos o poder de imaginar, o de ser, o de esquecer. A memória se vai, mas o sentimento não. Sinto o que sinto agora, e já senti a dor de toda a civilização.

Seguro a tua luz, o teu peso por te amar
E não deixe eu cair no chão por tentar vos mostrar
Essa ponte de abismo que já cai tantas vezes só por tentar. Mas és a hora, posso sentir, pra esse lugar que eu fui, voltei para lutar.

E dos entendimentos de pura razão, e dos nomes que hão de me classificar
Escrevo essas palavras com sangue de vida, o vermelho do mundo. Quando a total loucura chegar, ficarei parado, nesse mundo surdo.

Vos dou meu caminho,
minhas máximas retiradas do meu vivo coração
quebrando as incertezas dos conceitos tolos
Libertando de minhas loucuras, ou entendem, ou morram na incompreensão.

E no absurdo, meus filhos, não cairão nunca mais
Pois além da vaidade, existe vidas, e mais vidas.
O vazio faz parte de mim,
dos amores, e nas dores.

No túnel escuro das explicações, eu lhes dou luz, a desse mundo incógnito e lindo, de Zaratustra, Horus, Jesus. E do lodo lamacento sucumbirá o Tudo. A Letra A é o inicio, e vocês, minha continuação, meus eternos filhos...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Palavras doces

Na sala de espera
esperando uma vida chegar
outra realidade menos fria
alguma que eu possa sentir, ao invés de chorar.

Esse amor, retornando de algum lugar
mergulhando nele,
pois logo, pode se acabar
Essa vida real, crua quanto a carne.

Sonhei que matava alguém
Ao invés de me desesperar
sorri.
Gozei por cortar as raízes de mais um vegetal.

Mudar não é contradizer
Continuem indo cegos, escravos de momento
Petrifiquem-me na suas cabeças
Ao invés ler meu sentimento.

Acelere seus carros importados
passe por cima do meu corpo magro
Destruam meu sangue vivo
Pois ele estará vivo, a morte não existe meus caros

Agrade sua mãe, vista-se de trabalhador
Seja o que sempre sonhou
o sonho comprado, como os de padaria
E seus cérebros ocos, atraem moscas como os dela.

Sangre por todos os poros
Sinta a verdadeira dor, a minha, a disso tudo
Beba do veneno gástrico
De minha barriga aberta por que os micróbios já se cansaram.

Não Vomite vendo minhas palavras
São podres como as dos corpos que se transformam
E da Transformação surge a vida
Incógnita como qualquer uma.

Viva a liberdade, essa palavra de tanto sonhar
Eu conheço essa imundice, de quanto mais tem, mas quer comprar.
A criança que fui, está aqui agora
Brincando com um novo brinquedo, que só partirá, quando quebrar.

domingo, 8 de maio de 2011

Quero uma Passagem




Quero me libertar dessa gaiola
Se distrair dessa insanidade
Sair do tom nenhum
nas cores dessa produtora cidade.

Sentir no lisérgico prisma
Correndo para o momentâneo agora
pensando no imaginado futuro
que veio, e foi embora

Esse sentir oriundo desse ciclo
de dores e prazeres
de cair na fumaça movediça, de carimbar a massa
no apertar o gatilho e voltar para caça.

Das crianças de momento,
que logo serão instrumentos
dessa máquina fordista
rica por fora e destruída por dentro

gastando o tempo nos livros de razão
ou no sexo de madrugada
se esquecendo na noite
pra não vomitar na privada

Já procurei essa saudade
ir além dessa verdade
de ajoelhar e obedecer, enfrentar a contra mão
seguindo o caminho de sangue na mesa, e cocaína cheirada no chão.

Esses tijolos de cor de sangue
que caem sobre o ladrão e o acusado
e a justiça que joga o dado
que mata um e salva os aliados

Essa Modernidade de que não fiz parte
das luzes a brilhar, cartão de crédito, prestação
esse avanço de bem estar, no cárcere evoluído
E na liberdade primitivo

Ja se foi Deus, e o brilhando sol
Enxerguei a verdadeira luz
bebi do veneno amargo
calando a voz, pra não ser devorado.

Levantei no frio dos becos
se enganando em ter onde ir
andando entre as prostituas com cheiro de amor
bebendo esse bálsamo, expelido dessa notória flor


Marginalizado por fugir
por quebrar a vidraça da mentira
O sonho, mais uma realidade, tão bela quanto essa
é só estar acordado.

O som do silêncio, acende meus ouvidos
queimando como vela
acordando desse sono de vida
de Lindo por hora, e feio pelo tédio.

Vida e morte, são tantos estados
basta saber onde está
estamos mortos no agora
resta sorrir e levantar.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Tantas cores e cor nenhuma...




Nesse mundo, de tantas cores
Eu que sou de tantas, e ao mesmo tempo
de cor nenhuma;

Talvez o vermelho, representando o sangue expelido por uma cabeça que nada mais tinha que sangue, que entra no ralo das cidades, sangue de mais um, e recebe conceito de morto e pra quem não entende, deixa de ter cor.

A escuridão escolhida por todos, a negritude dos olhos, para os que não sabem olhar pra si e ao mesmo tempo pra fora si, como lápis de carvão que transformando toda a luz, todo o branco em simples sujeira negra.

O verde da esperança, o esperar sentado, o deus verme das escrituras. A ilusão prometida, o esperar prometido, mas por quem? Isso nada importa para os que sabem esperar, esperam seu novo mundo, da vida, o que só a morte pode dar.

O Azul da minha blusa que uso agora, que é o mesmo azul que cobre o mar. Esse mar, sem fim e sem princípio, mas parece outra coisa, talvez vida? mas posso sentir ela por todo lugar, as ondas com suas bolhas de perguntas, ar, mar, se cansar...

E o branco, nas folhas que servem pra calcular a formula hermética da vida? Na herança cartesiana de vida, no espaço e tempo que como raios queimam meus olhos me cegando desse mundo simplório de folha branca e borracha gasta.

E o prático cinza, és o tempo dele, o mundo cinza, de monstros gigantes, de janelas nos olhos e boca de asfalto, Sugando todo que é de humano pra transcender em máquina, pois isso é A Evolução.Um apertar de parafusos e tudo está pronto, o mundo, a dor, a vida, tudo celado e empacotado com destino a imbecilidade...

Quando poderão sentir ao invés de ver as cores?