terça-feira, 3 de maio de 2011

Tantas cores e cor nenhuma...




Nesse mundo, de tantas cores
Eu que sou de tantas, e ao mesmo tempo
de cor nenhuma;

Talvez o vermelho, representando o sangue expelido por uma cabeça que nada mais tinha que sangue, que entra no ralo das cidades, sangue de mais um, e recebe conceito de morto e pra quem não entende, deixa de ter cor.

A escuridão escolhida por todos, a negritude dos olhos, para os que não sabem olhar pra si e ao mesmo tempo pra fora si, como lápis de carvão que transformando toda a luz, todo o branco em simples sujeira negra.

O verde da esperança, o esperar sentado, o deus verme das escrituras. A ilusão prometida, o esperar prometido, mas por quem? Isso nada importa para os que sabem esperar, esperam seu novo mundo, da vida, o que só a morte pode dar.

O Azul da minha blusa que uso agora, que é o mesmo azul que cobre o mar. Esse mar, sem fim e sem princípio, mas parece outra coisa, talvez vida? mas posso sentir ela por todo lugar, as ondas com suas bolhas de perguntas, ar, mar, se cansar...

E o branco, nas folhas que servem pra calcular a formula hermética da vida? Na herança cartesiana de vida, no espaço e tempo que como raios queimam meus olhos me cegando desse mundo simplório de folha branca e borracha gasta.

E o prático cinza, és o tempo dele, o mundo cinza, de monstros gigantes, de janelas nos olhos e boca de asfalto, Sugando todo que é de humano pra transcender em máquina, pois isso é A Evolução.Um apertar de parafusos e tudo está pronto, o mundo, a dor, a vida, tudo celado e empacotado com destino a imbecilidade...

Quando poderão sentir ao invés de ver as cores?

Um comentário:

  1. "Quando poderão sentir ao invés de ver?"

    Magnífico Poeta!!!
    A tradução exata de uma sensação que não se traduz.

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