domingo, 8 de maio de 2011
Quero uma Passagem
Quero me libertar dessa gaiola
Se distrair dessa insanidade
Sair do tom nenhum
nas cores dessa produtora cidade.
Sentir no lisérgico prisma
Correndo para o momentâneo agora
pensando no imaginado futuro
que veio, e foi embora
Esse sentir oriundo desse ciclo
de dores e prazeres
de cair na fumaça movediça, de carimbar a massa
no apertar o gatilho e voltar para caça.
Das crianças de momento,
que logo serão instrumentos
dessa máquina fordista
rica por fora e destruída por dentro
gastando o tempo nos livros de razão
ou no sexo de madrugada
se esquecendo na noite
pra não vomitar na privada
Já procurei essa saudade
ir além dessa verdade
de ajoelhar e obedecer, enfrentar a contra mão
seguindo o caminho de sangue na mesa, e cocaína cheirada no chão.
Esses tijolos de cor de sangue
que caem sobre o ladrão e o acusado
e a justiça que joga o dado
que mata um e salva os aliados
Essa Modernidade de que não fiz parte
das luzes a brilhar, cartão de crédito, prestação
esse avanço de bem estar, no cárcere evoluído
E na liberdade primitivo
Ja se foi Deus, e o brilhando sol
Enxerguei a verdadeira luz
bebi do veneno amargo
calando a voz, pra não ser devorado.
Levantei no frio dos becos
se enganando em ter onde ir
andando entre as prostituas com cheiro de amor
bebendo esse bálsamo, expelido dessa notória flor
Marginalizado por fugir
por quebrar a vidraça da mentira
O sonho, mais uma realidade, tão bela quanto essa
é só estar acordado.
O som do silêncio, acende meus ouvidos
queimando como vela
acordando desse sono de vida
de Lindo por hora, e feio pelo tédio.
Vida e morte, são tantos estados
basta saber onde está
estamos mortos no agora
resta sorrir e levantar.
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