segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vida Social




Eu lampejo e não mais desejo
Tiram o quero, o que venero
E me dão em troca um simples beijo
seguido de um longo bocejo

Te destroem, aquele vão mental
Me empurram um pagamento mensal
Chamam isso de se preocupar,
E eu menos sábio do que eles, tento escapar.

Esse cárcere
que te fazem você ir sorrindo
Querer o que não se poder ter
E acreditar que esse é o nosso único destino

As vezes minha teimosia me engana ou custa entender
Eu não posso estar aqui pra nada
Sei que as coisas vão além disso
e ainda mais do que se possa perceber.

amassaram meus barcos de papel,
juntos com meus sonhos
que pelo que parece
andam mais amargos que o próprio mel.

Eu me recuso ao almoço intelectual
Como almofadas e bonecos de pilha
que vão seguindo nesse ciclo social,
ó minha saúde mental...

Uma Submissão ao auge humano
impotência vital
Tentam mostrar que não sou um animal
que não tenho um poder surreal.

Criam o que eu quero
Logo perfuram minha visão
Pra não mais enxergar
o caminho da punição

Tiram o tempero da vida
me mostram o que não quero
liquidam minhas brincadeiras
e me fazem ser um cara sério...

domingo, 26 de dezembro de 2010

Prazer




Envolver, evoluir, derreter
tantas coisas maravilhosas
voluptosas, fantasiosas,
que me levam sempre a você, prazer...


Em um simples copo d'água
eu posso lhe encontrar
Ou no corpo excitante de uma amada
pra que possamos nos extasiar

até me cansar, recriar...


Gargalhar da vida
sorrir com amor do lado
pra depois de tudo
mergulhar no prazer da dor


Prazer, tentar
não ser, pensar em ser
Prazer instantâneo
ou pensar pra ter prazer?


Como o gozo da música
ou de qualquer outro prazer
como aquele de conhecer sua essência
ou até mesmo aquele que lhe faz esquecer.

O que você era, ou não queria ser...


Escrever pra aliviar o prazer
ou ter prazer ao escrever?
Ou seria você, o tudo, e até mesmo o prazer?


Deliciar-se de outros fora de si
ou cultuar o inerte dos sentidos
que se limita ao prazer de estar vivo...

viver ou estar vivo?


Vaidade é prazer e prazer é viver
Cair no orgasmo da vida
pra depois transcender?

Ou ser você, para obter prazer?

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Meu Quarto




Quarto escuro, silencioso
Só vejo meu ser nele
Cabeça louca, se revirando
Me olho no espelho e sinto minha alma


Ouço um Beatles baixinho
Falando coisas que eu não entendo
Só ouço, só sinto
Acho que a vida é sentir

O barulho de ventilador
Olho pra todos objetos
Penso o quão supérfluos são

Penso muito em mim
Sou individualista
Tenho poucos medos

o maior deles
de não ser ouvido, não ser entendido
é que não possa fazer nada
por mim, pela humanidade
pelo universo

Escrever poesia é um saco
gosto de escrever sobre mim
Pra mim
De criticar o mundo
a merda que é

O universo, cheio de mistérios
Como o Humano, ser cheio de belezas
E o Homem, tão feio, tão limitado

Sinto um cheiro bom de comida na cozinha
Ainda não é hora de comer
os prostrados não merecem degustar de boa comida

Penso em fumar pra me dispersar,
parar um pouco de pensar
escrever é bom também,
me causa bem estar tão bom
quanto de fumar

Sou tão novo
me sinto como tivesse vivido anos
meus pensamentos "futurísticos"
A compreensão é uma dádiva

Aqui no meu quarto me sinto seguro
Lá fora é tudo chato,
incógnitas cheios de conceitos
Não quero me sentir seguro
quero me sentir livre

As pessoas dizem que quererem ser livre como o vento
Eu não!
Quero ser livre como o Humano.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Cada um com seu monstro


O ponto talvez seja lutar, mas lutar seria o bastante? de todas as maneiras o monstro com suas ideias sempre tentando corromper, com seu mecanismo aniquilador de mentes. Desde bem novo nos forçando a ser mais um entre uns, mas não um fora desses uns. Um jogo sério que ninguém leva o prêmio, ou pior ninguém sabe do que se trata, tantos ópios pra te seduzir, religiões, TV's, qual forma destrutiva manipulável você prefere dentre essas e tantas que estão rolando por aí?

Culpar a quem, a imbecilidade do povo, mas será mesmo que eles têm a culpa, pois como disse antes, o monstro é faminto por cérebros. Culpar os eruditos por não fazer nada? talvez a maioria fique preso em morais inexistentes por todas suas existências, ou culpar os loucos por não terem espaço? culpar os Gênios por não fazerem nada? quase esqueci esse eu disse antes, ele anda sem espaço. Pensar, sentir a dor do tudo, que você não pode fazer nada na imensidão desse mundo cujo o bicho homem cisma a tempos em governar o mesmo e olhar tudo isso e o que resta é fingir, ser ator, mesmo que nas madrugadas de solidões você olhe para si e note que isso não é o que quer, que o monstro fique longe de nós.

Acordo, trabalho, transo com minha amada mulher e durmo, a monotonia lhe persegue. Você pergunta pra si (mesmo sabendo que não vai achar resposta) isso parece até combinado, toda essa coisa de trabalhar, de amores, amantes, tantas coisas que eu não pedi pra ter e elas tão aí, cada vez consumindo isso que eu arrisco em chamar de vida. Estou tão cansado que quando chego em casa só quero dormir, e olhe, já está na hora do trabalho, pra onde foi meu dia de folga? tantas coisas pra eu não pensar, ocupações pelas quais eu não queria me ocupar, ó vida, ó Deus, o que eu faço pra sair disso? mas deixe isso pra lá, tenho minha amada mulher, e meu sofá pra ver meus programas preferidos, nada eu devo comentar.


Antes de dormir, use o jornal como banheiro de gatos, desligue as TV's, os rádios, o computador, jogue os livros religiosos na descarga e se tiver uma avó religiosa pode ir junto também, e não esqueça, ele pode estar em qualquer lugar, qualquer lugar...

Vazio



Esse vazio que me segue,
sempre sucumbindo o meu ser
tento esquecer, tento não ser,
tento não entender
mas tudo me leva a você.

Vazio, por fora, por dentro,
um perfeito aniquilamento.
Do meu ser, de minha alma,
da minha minha vida
das imbecilidades alheias.

Prazeres dolorosos, voluptosos,
que não são de minha cabeça
Ansiedade pelo não sei o que
Pela vida, pela morte, pela dúvida
deixar nas mão da sorte?

Caminhando por um caminho sem saídas
Sem chão, sem placas, sem presente
sem futuro, sem nada, o que eu procuro
não sei se quero realmente.

Liberdade, insanidade, Vaidades
O que será que procuro na verdade?

Libertar-me do vazio?
Me encher de vazio?
Se Jogar no vazio?
Ou encarar que sou o vazio?

Vento que sopra meu rosto
pensamentos que reviram na minha cabeça
Falo agora e sempre do vazio,
antes que minha cabeça vazia se esqueça...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Música




Ó grande música que me acalma, que me enlouquece
essência de minha alma, flor de primavera
Como o sol que ultrapassa a janela
pra me contemplar nas manhãs


É excitante, me desperta os mais belos desejos
viva como a vida, já me consumiu por completo
e eu fiz o mesmo a ti...
uma junção de tons, toques, cores, harmonias, uma completa alegria.


Hoje dizem que tais coisas é minha bela amiga
mas acreditar neles, é mesmo que não te conhecer
você é ténue e, ao mesmo tempo uma muralha
desperta meus sentimentos obscuros



Libera meus ouvidos,
dilacerando-os e reconstruindo-os
com você posso falar de tudo e sobre o nada
nada como você, me despertando com seu som nas madrugadas


Demasiada em amor, posso ouvir sua chama entrando em meu ser
até nos cantos de pássaros eu te vejo
está em todo lugar, por toda parte
és a mais bela arte.

Hoje as pessoas não te dão o valor que merece
mas você é o que exerce
não deixe os supérfluos te usarem
pois você é mais profunda que os mares e mais linda que as noites de luares.


Os lobos uivam e você está lá
está na noite, nos bares, nas ruas
até os mendigos te usam
capaz de mudar vidas.

Capaz de acalmar o mais furioso dos homens
você é amiga da solidão
ó música é por natureza,
a mais bela canção.

A Lei




Cansado de conversas juvenis retruquei em falar com uma senhora de idade, que a conheço bem, porém sou completamente oposto dela, sei que me decepcionarei em falar com uma múmia, mas quem sabe um dia ela mude essa tal ideia, ou simplesmente desapareça...


Ó minha grande lei, és forte, dura, sem tréguas, não abre excessões. Tem toda a verdade em suas mãos, digo, as mesmas mãos que podem tirar a vida de um homem, ou abençoa-la. A mão mais forte, mais robusta, completa de poder. É a mão mais tenaz que alguém pode segurar.


O minha senhora lei, és mais velha do que eu, mas talvez eu saiba mais que ti. Toda sedutora, tem seios jovens e apetitosos, senhora da verdade, tiradora de liberdade, mulher da justiça. Desbravadora de animais, escrava de si mesma por excelência.


Ó minha pura lei, só de pensar em ti me sinto em lama profunda, o inexato é seu maior parceiro. Sua falácia me causa vómitos à noite, meus vómitos de não realidade, de causa e efeito, mas não sou eu quem julga o suspeito. O que é certo minha pura lei? me explique melhor, ou melhor desembarace de seu nó.


O matadora de juventude, ladra de liberdade, como que com seus argumentos pode dizer o que é verdade? Crianças falam coisas mais coerente que você, como pode ser tão cruel, e não entender?


Ó velha guerreira, mais velha do que eu, mais velha que minhas ideias. Tudo que vejo em ti é hipocrisia. vejo seus filhos falando de justiça, querendo justiça. Mas o que você faz é injusto, como poderei pedir café na farmácia?
Não tenho mais palavras a dirigir a ti, você é a conhecedora de sabedoria, da agonia, do amor divino, do homem. Enquanto você viver, não haverá um novo humano...

Um dia livre




Em minha mente viajei para belos e excêntricos lugares
cores eu via em todo lugar, mas em nenhuma delas eu podia tocar
em cada lugar que eu olhava mais eu me encantava
aguarela de cores eu pude vivenciar
junto com vários mundos em que só eu podia estar


Nessas constantes psicodelias junto a uma incrível nostalgia
com caleidoscópios girando em um espaço de alegria
para Saturno e Marte ao mesmo tempo eu viajei
e vi planetas como eu nunca imaginei
de algum modo esse universo era meu lar
o que custou um longo tempo pra eu acreditar


Um Cadillac cor de rosa eu pilotei
em uma galáxia que todos falavam a mesma língua foi aí que eu surtei
surtando eu viajei e no infinito eu cheguei
mas o infinito era pouco para alguém como eu
então fui em um sol branco de um menino que não se rotulava ateu

Músicas maravilhosas e intermináveis fiquei ouvindo
até que eu acordei e descobri que não era mais esse menino
para o mundo sem música e sem cores infelizmente eu voltei
mas eu sei que um dia para aquele mundo voltarei...

Flor de Primavera




Em você vejo o que eu nunca tinha visto
parece tão simples quanto um um belo vestido
mas é mais intenso que murmúrios de um moribundo
e mais complexo que as origens de nosso mundo

Eu pergunto garota por que choras?
é a garota mais forte e maravilhosa que vi
como em momentos se torna isso
mas de lágrimas saem sorrisos
como pode ser tão lindo e reluzente
ao mesmo tempo um abismo escuro e incandescente?

Como não ver isso?
tudo que precisa está no lado errado do caminho
O que quer não está lá
única coisa que está lá são suas lágrimas eternas vividas em um monte libélulas
que voam num caminho perdido
o caminho da auto destruição em que vive seu coração
basta agora você decifrar o que é amor e ilusão.


A floresta está mais verde do que nunca
animais estão na selva profunda
você sente um calafrio em sua nuca
é a hora de escolher o que é alpina e o que é simplesmente hipocrisia
por que viver em delírios é a mesma coisa de nunca ter conhecido sua magia.

Nesse universo quimera eu vejo tantas cores
que em sua boca se transforma em balas de amora
quando eu te conseguir apenas quero ver você sorrir
isso é o suficiente pro meu mundo expandir.
e ver seu belo rosto
que é mais lindo que uma flor-de-lis em um tom espantoso.


Eu só quero segurar suas mãos
e te levar para o caminho colorido em que nada mais faz sentido
apenas nós em nosso mundo não vivido
cogumelos e doces comeríamos todos os dias
morango seria nosso alimento preferido
linda rosa corajosa com seu entusiasmo
descobrirá o quanto esse mundo é insubstituível
basta você enxergar o nosso amor irreversível...

Dia confuso




Eu queria pegar o ouro do arco-íris
poder tocar no vento
as águas que ainda me secam
aos delírios do momento

O fogo me congela
o escuro me seduz
de todas mulheres que tive
em um abismo sem luz

Das certezas inexatas
do heroísmo de um vilão.
entre as armas disparadas
e miados de um cão

Do supérfluo necessário
na riqueza da penúria
das aves que nadam
aos covardes de bravura

Das areias movediças
aos belos luares
a magia que enfeitiça
e a solidão dos mares

Da ferrugem de um copo d'água
aos cheiros dos olhares
explosão entre estrelas
rolando pelos bares

Das viagens de um novo mundo
onde tudo acabou
das cores que tenho
eu não sei pra onde vou

Do vinho mais novo
a sabedoria de um ateu
com destinos circulares
onde tudo se inverteu

Dos consumos comunistas
pesadelos reais
do surrealismo das manhãs
até as drogas liberais

Gentileza de um grosseiro
a liberdade da ditadura
dos amores que tive
o mais intenso foi a loucura...