sábado, 16 de julho de 2011

O executivo e o menino.



Ele vai, ele tem, ele precisa trabalhar
com seu terno impecável, e seu sorriso de cristal
vai ao super mercado aos domingos, por diversão
Cerveja, carne de porco e nenhuma emoção.

Com sua mulher, que mais parece amiga
divide a cama, e as despesas mensais
E o amor...
Esse é para os amigos do bar e pra seu futebol.

Sua fúria interminável,
é constantemente expressada nas horas de trânsito
Pra quando chegar no emprego, não se irritar com o patrão que lhe reduz a nada, sendo nada ele pode ver televisão e desfrutar de uma casa comprada a prestação.

Móveis das lojas pioneiras, estofados, compras pra sua mulher
Amava o cartão de crédito, achava uma das maiores invenções
Só perdia para o abridor de cerveja,
Andava sempre perfumado, pra eliminar o seu cheiro de natureza.

Ele nunca foi a uma floresta, adora fumaça, adora prédios
Pensou em ser arquiteto quando moço
queria fazer parte das construções sociais
Preferiu ser executivo, adora a gravata que lhe aperta o pescoço.

Conheceu um ruivo louco, que lhe falou uma vez
Que o que vivia era uma ilusão, que ele podia ser quem quiser
Ele não gostou do que ele falou, não conseguiu dormir a noite
Sentia que tinha alguma verdade nas palavras roucas do menino.

Em seu deus pediu forças, pra aguentar essa dor disfarçada de dúvida.
Mas ele não respondeu...
Se sentia velho, pra alguma mudança fazer e lembrou que o louco falou uma frase "nunca é tarde, mas sim, sempre cedo"

Esse garoto não era nada, não tinha fama, nem dinheiro.
Mas dele foi expressada as palavras mais sinceras que já ouvira
E seu ouvido acostumado a mentira quotidiana, ficou feliz
seus olhos derramavam lágrimas, que limpavam sua cara cinza.

Se olhou no espelho,
e suas lágrimas sinceras fizeram desabar sua máscara que ele sequer sabia que tinha, seu rosto era repleto de cores, rosa, verde, amarelo...
Desejou de coração encontrar aquele menino...

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