sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sentado lá,



brincando de falar
pensando nos postes da avenida
esperando a onda passar.

Não tinha mar, nem peixe
Era uma praça com asfalto maciço
pessoas gargalhando por não pensar
E eu me afogando por não ter compromisso.

Com a cara engarrafada
feito pote de mostarda
sentia-me um molho
como de comida requentada

cantando para os pássaros
sentia o sol me deixar
E a lua pequena
em minutos veio brilhar.

Nos olhos da noite
sangue neles escorria
me molhando aos poucos
corri para o toldo da padaria

Com bolos e pães
resolvi escolher logo o sonho
ao menos esse é doce
e não me tira o sono.

Aceso como a vela
que se queima em minutos
segurando a chave de fenda
mas me falta parafusos

O assunto da semana
foi vacas assassinas
pobres vacas, exalando nossa morte
num frasco de gasolina.

Amigos que nada sabem
e ainda dizem que não tenho O saber
sabendo de coisa alguma
o que eles não falam eu tento esquecer.

Meu fígado
com meu estômago me pedem arrego
mas meu cérebro esquece
e vomita no azulejo

Escrever a noite
mais raro que um desejo
é se livrar da alma
e não segurar bocejo.

Com uma fome de cão
o cachorro magro tenta latir
lhe jogo um osso de plástico
ele cospe e vai dormir...

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