sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Minha linda e Maravilhosa cidade.




Meu grande Rio de Janeiro, pessoas a andar todos como formigas, formigas falantes. Tantas vozes, sozinho eu, com apenas uma. Minha voz rouca e jovem tentando sair dos ruídos das formigas.

O Asfalto quente que o ônibus ligeiro esmaga, a cada construção minha voz é esmagada, suas polícias pacificadoras me tiram da paz, meus sulcos mentais desabam pelo chão, ignoto eu, com minha vida de bolha de sabão.

Nossos dias do Carnaval, a felicidade de quatro dias. Ó meu povo, Ó minha terra. Escravos dos ilusionistas. Do Prefeito que cria feriados pra saciar nossa dor. Disfarce de sergantana. Difícil de entender minha cidade maravilhosa. De um lado o poodle comendo ração francesa, e do outro o garoto sem comida, seu único alimento é a deficiência do homem, que nada sabe.

Fatos não existem para os que têm poder, para os que têm um pedaço de papel que vale mais que minhas palavras, minhas agonias. Os engravatados montando em nossas costas largas, inerte a bailar em frente a TV. Usando um sofisma barato que engana todos, desde o moleque que come lixo e restos humanos em Caxias até a imbecil que alimenta seu animal com comida cara no Leblon.

Sexta tem Lapa pra esquecer os dias de trabalho, bem estar por um dia como pode? enganando-se, vendo a desgraça e correr para os braços do deus que não existe, mas fez mais estragos que qualquer um que exista. Sedados com um injeção no meio da bunda, esses cariocas que adoram seu samba, sua cerveja gelada a gargalhar, eu não vejo motivos para risadas se soubessem como eu, chorariam ou se matariam.

Parados como carne moída no açougue, esperando apenas o triturador nos transformar em lixos podres, sem vida, sem cores, sem nada, só com minha mente, com minhas poesias que voam. Cansado. Nem cheguei aos meus vinte anos e estou cansado, dessa babaquice, dessa lama e ninguém faz nada, nada e não vejo caos de gente, ninguém que possa, ou tente mudar isso, só eu, sozinho com minha existência, meus sonhos e minha dor.

Um comentário: